Radar analisa ofertas de conteúdo local de petrolíferas

Radar analisa ofertas de conteúdo local de petrolíferas

 

Compromissos locais da Petrobras em licitações da ANP sempre superam os de outras empresas, revela artigo

Foto: Sidney Murrieta
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As ofertas de conteúdo local firmados pela Petrobras nas rodadas de licitação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) são sempre iguais ao máximo permitido e, na média, se mantêm superiores aos compromissos de outras empresas petrolíferas. A conclusão faz parte de um dos artigos do boletim Radar: Tecnologia, Produção e Comércio Exterior, lançado nesta quarta-feira, 30, pela Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, Inovação, Produção e Infraestrutura (Diset) do Ipea.

O artigo, de autoria de Carlos Xavier, realizou uma análise exploratória das ofertas de conteúdo local das empresas, compromissos que as petrolíferas fazem de adquirir de fornecedores brasileiros um determinado percentual de bens e serviços necessários à exploração. Como o peso dado ao conteúdo local varia entre as rodadas de licitação, o autor analisou as rodadas de número sete a dez, em que os percentuais e pesos se mantiveram estáveis.

Segundo o autor, quando outras empresas atuam em consórcio com a Petrobras, as ofertas de conteúdo local sempre são maiores que nos casos em que as mesmas empresas participam sozinhas da licitação. "Juntar-se com a Petrobras num consórcio faz com que a empresa esteja mais compromissada com conteúdo local. É por isso que, no final do estudo, eu menciono que uma eventual parceria de empresas estrangeiras e nacionais entrantes com Petrobras incentiva o compromisso com a aquisição de conteúdo local no Brasil", explicou.

Outra conclusão do estudo é que as empresas tendem a aumentar os compromissos de conteúdo local com o passar do tempo, à medida que participam de mais rodadas de licitação, o que o autor descreve como um processo de aprendizagem. "Supõe-se que, quando uma empresa entra, ela não conhece a base de fornecedores que pode utilizar no Brasil e, com o tempo, ela passa a conhecer essa base e pode, então, se comprometer com mais conteúdo local", afirmou.

Produção Industrial
Outro artigo do boletim, de Luiz Bahia, Fabiano Pompermayer e Divonzir Gusso, traz uma descrição preliminar da produção setorial da indústria entre 2007 e 2010. O artigo compara índices de diversos subsetores industriais no período pré-crise com os atuais. "Uma das constatações básicas foi que de que o nível de utilização da capacidade neste momento é parecido com o de antes da crise, em julho, agosto, setembro de 2008", explicou Divonzir.

Segundo o autor, os subsetores com nível de atividade superior ao máximo do momento pré-crise são aqueles relacionados ao mercado doméstico. "A indústria brasileira não recuperou a capacidade de exportação que tinha antes", disse. Para Divonzir, o estudo confirma a observação de que a crise foi nitidamente conjuntural e que a dinâmica estrutural do setor se mantém.

Após a apresentação dos dois primeiros artigos do boletim, foi realizado um debate do terceiro artigo, Análise de impacto: ferramenta e processo de aperfeiçoamento da regulação, de Lucia Helena Salgado e Michelle Holperin. O evento teve como debatedor o subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil, Luiz Alberto dos Santos.

Leia a matéria sobre supervisão de agências

Leia a íntegra do Radar: Tecnologia, Produção e Comércio Exterior