Ipea envia representantes à COP-10/CDB, no Japão
Publicado em 26/10/2010 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h14
Publicado em 26/10/2010 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h14
Ipea envia representantes à COP-10/CDB, no Japão
Técnicos do Instituto compõem a delegação brasileira na Convenção sobre Diversidade Biológica
Juntamente com a Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e a Convenção para Combate à Desertificação (UNCCD), a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) é uma das três grandes convenções das Nações Unidas sobre meio ambiente lançadas durante a Rio-
São eventos políticos de grande porte, nos quais as decisões, embasadas pelo conhecimento técnico, devem ser tomadas por consenso, o que demanda longas e extenuantes discussões em assembléias plenárias, grupos de trabalho e nos chamados “grupos de contato”. Ao longo da COP, também ocorrem dezenas de eventos paralelos, em que organizações governamentais e da sociedade civil apresentam e debatem o estado da arte de temas relacionados à biodiversidade.
Embora de caráter não-vinculante, as decisões adotadas nas COPs têm reflexos significantes nas políticas públicas brasileiras, nas áreas de meio ambiente, saúde, agricultura, energia, ciência e tecnologia, entre outras, posto que essas deverão buscar implementar no país os três pilares da CBD: conservação, uso sustentável e repartição de benefícios advindos do uso dos recursos genéticos. A CDB está realizando sua COP-10 no período de
Há 27 temas em discussão na COP-10, cuja agenda pode ser acessada no sítio oficial do evento (www.cbd.int/cop10). Os mais relevantes são o Plano de Trabalho da CDB para o período 2011-
Reivindicações
Sem um protocolo de ABS, os países megadiversos não dispõem de um mecanismo internacional de contestação em casos de apropriação não consentida de seu patrimônio genético, dando margem à biopirataria e inviabilizando a repartição dos benefícios decorrentes de sua exploração. Além disso, os países em desenvolvimento reivindicam acesso a recursos e tecnologia para o cumprimento de novas metas de conservação que estão sendo negociadas para o decênio. Já os países desenvolvidos opõem-se à imposição de restrições às suas indústrias e alegam incapacidade de aportar recursos no volume necessário, em função da crise econômica.
Até o momento, portanto, há profundas divergências sobre os temas centrais da COP-10, o que tem levado a uma polarização entre países do bloco em desenvolvimento (G-77) e dos países desenvolvidos, capitaneados pela União Europeia. Liderados pelo Brasil, os países em desenvolvimento recusam-se a aceitar novas metas de conservação sem a aprovação do Protocolo de ABS e do aporte dos recursos necessários à sua implantação.
As negociações permaneciam indefinidas até a noite desta terça-feira, 26. Segundo um dos negociadores, “estamos em alto mar, mas ainda não à deriva”. Após seis anos de negociações sobre ABS, há o risco de a COP-10/CDB tornar-se um fracasso político pela ausência de novas metas substituindo as que expiraram este ano e pela não adoção um protocolo de acesso e repartição de benefícios.
De modo a disseminar as decisões adotadas na COP-10 e a debater suas implicações para as políticas públicas brasileiras, a Dirur realizará em breve um evento com a participação de representantes dos diversos setores governamentais envolvidos, em data a ser definida.