Cooperação trará benefícios para Ásia e Brasil
Publicado em 05/05/2011 - Última modificação em 22/09/2021 às 03h47
Publicado em 05/05/2011 - Última modificação em 22/09/2021 às 03h47
Relatório da ONU lançado no Ipea mostra que comércio intrarregional pode proporcionar melhorias aos países
O relatório anual da Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para Ásia e Pacífico de 2011, lançado nesta quinta-feira, 5, no Ipea, mostra ainda que os benefícios do comércio intrarregional não foram totalmente explorados devido à barreiras ligadas à tarifas elevadas. Os países menos avançados da região (LDCs) mantiveram-se à margem da exportação de bens manufaturados nos últimos 40 anos e não se beneficiaram do dinamismo experimentado pela região, devido à falta de capacidade produtiva.
A ESCAP também aponta a Cooperação Sul-Sul como elemento chave para o desenvolvimento da região. Para o Diretor do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), Rathin Roy, “a relação entre o Brasil e os países emergentes da Ásia transcende o estereótipo do Brasil como provedor de commodities e recursos minerais para a industrialização asiática; para asiáticos e brasileiros, o que importa é garantir melhores condições de vida e oportunidades para os cidadãos de amanhã”.
Roy aponta que “esse é o desafio do crescimento inclusivo: não o debate entre modelos orientados às exportações e modelos de substituição de importações, mas um caminho para o desenvolvimento a longo prazo que transforme a vida das pessoas”. Para o diretor do IPC-IG, a base da cooperação entre os países emergentes da América do Sul e Ásia é um entendimento compartilhado do que é preciso para se alcançar o crescimento econômico com inclusão social. “A experiência brasileira é crucial para orientar a Ásia em como abordar esses urgentes desafios”, adiciona o diretor do IPC-IG, instituição responsável pelo lançamento do relatório no Brasil.
O relatório da Comissão da ONU para Ásia e Pacífico, lançado pela primeira vez no Brasil desde 1957, destaca alternativas que podem ajudar formuladores de políticas públicas brasileiros. “Existe grande potencial para aprendizado mútuo por meio do diálogo de políticas públicas sobre temas da agenda atual, como o controle da inflação, a volatilidade do mercado financeiro global, a diversificação do comércio e de investimentos, e uma melhor e mais adequada infraestrutura”, conclui Roy.
Para o embaixador José Botafogo Gonçalves, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, “os dados trazidos a nós pelo lançamento do novo Relatório da Comissão Econômica e Social para a Ásia e Pacífico no Brasil são importantes fontes para futuras oportunidades comerciais do Brasil com a Ásia”. O presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), no Rio de Janeiro, acredita que, “com a emergência de novos players em um mundo multipolar, a Cooperação Sul-Sul torna-se ainda mais importante para a economia brasileira”.
Fonte: IPC-IG