Seminário discutiu a nova classe média brasileira
Publicado em 09/08/2011 - Última modificação em 22/09/2021 às 03h26
Publicado em 09/08/2011 - Última modificação em 22/09/2021 às 03h26
Seminário discutiu a nova classe média brasileira
Especialistas debateram políticas públicas para o estrato da população que vem crescendo
Foto: Sidney Murrieta/Ipea |
Seminário buscou identificar instrumentos de expansão de oportunidades para a nova classe média e propor políticas públicas |
O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, participou em Brasília do seminário Políticas Públicas para uma Nova Classe Média. Promovido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) e pelo Ministério da Fazenda, o evento reuniu, na segunda-feira (8), autoridades e especialistas para debater políticas públicas para esse segmento da população.
A ideia foi identificar instrumentos que possam expandir as oportunidades para a nova classe média, como vem sendo chamada a Classe C, e propor políticas públicas que venham compor com as já disponíveis. “Não há possibilidade de uma sociedade ser desenvolvida se a classe média não é sólida. E essa nova classe média é o grande patrimônio que nós temos para ter uma sociedade justa, democrática e com qualidade de vida e de alcançarmos o objetivo de sermos a quinta economia do mundo”, afirmou o ministro da SAE, Moreira Franco.
Nos últimos dez anos, 30 milhões de pessoas ascenderam à classe C. Para o presidente do Ipea, o país está passando por esse processo em um ambiente de ampla coesão social, mas alerta para a possibilidade de uma maior polarização. “Ocupações de maior remuneração foram reduzidas no Brasil. Nós tivemos uma perda líquida de grande magnitude na primeira década deste século – mais de 4 milhões de postos de trabalho de mais de cinco salários mínimos foram ceifados.”
De acordo com Pochmann, pode haver polarização à medida que o Brasil não consiga ampliar o nível de ocupação para os segmentos de maior rendimento, pois há forte crescimento relativo na base da pirâmide social, mas também entre os detentores de renda advinda da propriedade. “Não se pode esquecer os postos de trabalho mais simples, mas a competição de ambos nos levará certamente a fazer opções sérias e esperamos poder estar à altura de fazê-lo”, concluiu.
Pochmann participou do painel Identidade e Valores da Nova Classe Média. Também fizeram parte desse debate Marcelo Neri (Fundação Getúlio Vargas – FGV/RJ), Renato Meirelles (Data Popular e Fórum Novo Brasil) e Roberto Dutra (Humboldt Universität zu Berlim). Ainda contribuíram para o tema os mediadores Ricardo Henriques (IPPRio) e Mirela de Carvalho (SEEDUC/RJ).