Painel expôs efeito da crise nos EUA, Europa e China
Publicado em 05/10/2011 - Última modificação em 22/09/2021 às 03h06
Publicado em 05/10/2011 - Última modificação em 22/09/2021 às 03h06
Painel expôs efeito da crise nos EUA, Europa e China
Técnicos do Ipea participaram, na manhã desta quarta, da seção sobre “Dinâmica da Economia Internacional”
As economias centrais (Estados Unidos e Europa) não conseguiram restabelecer as taxas de crescimento do período anterior à crise (com a exceção da Alemanha). No caso dos Estados Unidos, o problema não é o endividamento público, mas a depressão econômica (baixa evolução dos investimentos e do PIB, elevado endividamento das famílias, alto nível de desemprego) e a crise política, que dificulta a adoção de medidas de estímulo ao crescimento.
Essa foi uma das conclusões apresentadas pelo diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Ipea, Marcos Antonio Macedo Cintra, e pelo técnico do Instituto Eduardo Costa Pinho, na manhã desta quarta-feira, 5, durante o painel VII da edição baiana da Conferência do Desenvolvimento (Code/BA), intitulado Dinâmica da Economia Internacional.
A Code/BA, promovida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada em parceria com o governo da Bahia, começou na terça e se encerra hoje, no Campus Ondina da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Reflexos
Eduardo citou que o estoque de riqueza das famílias (patrimônio líquido) caiu 20% (de US$ 14,369 trilhões, em 2007, para US$ 13,948 trilhões em 2010). Segundo ele, a economia norte-americana está numa armadilha da liquidez. Mesmo com os juros baixos, o atual contexto de depressão provocou uma redução na propensão a gastar das famílias e das empresas. O técnico defendeu que a política fiscal deveria assumir papel central na recuperação da economia dos EUA.
Cintra pontuou, porém, que “apesar de os Estados Unidos terem perdido poder relativo com a crise financeira, não podemos falar ainda em um declínio absoluto da hegemonia norte-americana”.
A estagnação da economia europeia também preocupa. Eduardo lembrou que as taxas de crescimento econômico previstas para os próximos anos não passam de 2% ao ano. “O custo fiscal da crise (em termos de aumento do endividamento público líquido) já está acima dos 14% do PIB e deve atingir 16% do PIB em 2013”, disse.
Ao final, Eduardo destacou a ascensão da China no cenário internacional. “No âmbito produtivo, o novo eixo sino-americano pode significar mudanças estruturais na divisão internacional do trabalho e das próprias plantas de produção. E, no fluxo de capitais, essa dinâmica pode significar uma nova realocação dos investimentos externos diretos”, concluiu.
Veja os gráficos da apresentação Dinâmica internacional: EUA e Europa estagnados e ascensão da China
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