Ipea e Embrapa firmam acordo para atuar na Venezuela

Ipea e Embrapa firmam acordo para atuar na Venezuela
Documento foi assinado em Caracas durante encontro entre os presidentes Dilma Rousseff e Hugo Chávez

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Petróleos de Venezuela S. A. (PDVSA) assinaram memorando de entendimento para atuarem em projetos de desenvolvimento na Venezuela. O documento foi firmado durante encontro entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente venezuelano Hugo Chávez, ocorrido em Caracas, no dia 1º de dezembro.

Ipea e a Embrapa cooperarão com o governo venezuelano em iniciativas de ciência e tecnologia no estado de Sucre (nordeste venezuelano) e no desenvolvimento da agricultura na Faixa Petrolífera do Orinoco (centro da Venezuela). A parceria foi comentada pela presidenta Dilma: “quero destacar o Ipea e a Embrapa que já vinham desenvolvendo um amplo leque de iniciativas (na Venezuela) nos setores de desenvolvimento territorial e agrícola e agora lançam nova parceria com a PDVSA”.

Na região do Orinoco, há grande potencial de expansão agrícola e integração produtiva com o Norte do Brasil, particularmente com o estado de Roraima e o Polo Industrial de Manaus. No estado de Sucre há novos investimentos na produção de gás e na indústria naval, dois setores que têm tido grande desenvolvimento no Brasil nos últimos anos e apresentam possibilidades de cadeias produtivas articuladas.

O Instituto está presente na Venezuela desde setembro de 2010 e realiza estudos sobre a integração entre Brasil e Venezuela, além de oferecer capacitação em planejamento e avaliação de políticas públicas. Para Pedro Silva Barros, titular da missão do Ipea na Venezuela, “o documento assinado com a Embrapa permitirá a inédita atuação conjunta de duas agências do governo brasileiro no exterior e marca um novo paradigma na cooperação internacional do Brasil, que busca construir um projeto de desenvolvimento comum, associando o nosso desenvolvimento ao dos vizinhos”.

Em seu discurso, a presidenta Dilma Rousseff abordou um tema diretamente relacionado com as atividades do Instituto na Venezuela. “Na área industrial vamos concluir, até abril de 2012, a primeira parte do estudo elaborado em coordenação entre o Ipea e a PDVSA sobre tudo aquilo que é importante para estimular a integração produtiva, inclusive a indústria naval, entre o Brasil e a Venezuela”, afirmou.

O Brasil, por meio do BNDES, financia a construção de Estaleiro da ALBA (AstiALBA) no estado de Sucre, cuja execução é realizada pela construtora brasileira Andrade Gutierrez. Os navios petroleiros que serão produzidos no AstiALBA são dos mesmos modelos dos que começam a ser feitos no novo estaleiro Atlântico Sul, em Pernanbuco, e há possibilidades de integração produtiva.

A presidenta concluiu apontando que o assunto foi discutido com o homólogo venezuelano: “nós consideramos que existem imensas oportunidades, inclusive uma grande preocupação do presidente Chávez é a integração entre as bacias do rio Orinoco e da Amazônia, como uma forma de integração de infraestrutura regional, utilizando os nossos rios para fazer com que os nossos países se integrem”. Esse potencial havia sido apresentado, em maio de 2011, nos relatórios de pesquisa da missão do Instituto na Venezuela.

Acesse aqui e aqui a íntegra dos relatório da missão do Ipea na Venezuela.