Ipea discute crescimento inclusivo em seminário do PNUD
Publicado em 03/12/2012 - Última modificação em 22/09/2021 às 02h01
Publicado em 03/12/2012 - Última modificação em 22/09/2021 às 02h01
Ipea discute crescimento inclusivo em seminário do PNUD
Abertura do evento foi feita pelo presidente do Instituto, Marcelo Neri
Nesta segunda-feira, na palestra de abertura do seminário internacional Recentes Desenvolvimentos no Papel e no Desenho de Programas de Proteção Social – Um diálogo político, workshop de especialistas e evento de aprendizagem sobre Cooperação Sul-Sul, o presidente do Ipea, Marcelo Neri, enfatizou a diferença entre o crescimento do Brasil e dos países latino-americanos e a experiência de desenvolvimento de outras nações emergentes, como a Índia e a China.
Para ele, "a experiência brasileira e de seus vizinhos é a de ter mais qualidade no crescimento e não quantidade, devido às escolhas que fazemos. O Brasil segue um caminho intermediário entre a qualidade e a quantidade".
Foto: João Viana |
Cláudio Hamilton, Ipea: "As transferências de renda |
Além da abertura do seminário, Neri também participou, como debatedor, do painel Trajetórias de crescimento e ascensão da classe média nas economias emergentes, ao lado de Diana Grosner, diretora de programas da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR); Rayaprolu Nagaraj, do Instituto de Pesquisa do Desenvolvimento Indira Gandhi, na Índia; e Duncan Campbell, chefe do Departamento de Estratégia de Emprego, da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Políticas de desenvolvimento social
O diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Claudio Hamilton dos Santos, integrou o painel seguinte – Papel das políticas sociais na realização do crescimento inclusivo. Ele apontou que o crescimento de 4,3% do PIB brasileiro, nos últimos dez anos, e a redução de 10% do coeficiente de Gini foram possibilitados por vários fatores. Entre eles, Santos destacou o aumento do comércio internacional e das commodities, a partir de 2002 — com a contenção externa aliviada e o aumento expressivo da arrecadação tributária; além do crescimento do crédito ao consumo e da inovação no setor produtivo e de serviços. “Isso trouxe mais pessoas para o mercado, mais renda e um ciclo de desenvolvimento”, afirmou.
O diretor do Ipea argumentou que as transferências de renda governamentais ajudaram a reduzir a pobreza e auxiliaram no crescimento econômico. Segundo ele, a maneira mais eficaz de melhorar o coeficiente de Gini é implementar esse tipo de transferência de renda para pobres e idosos.
O crescimento, a cada ano, do emprego formal no país é uma realidade muito diferente da indiana, por exemplo, e merece destaque. O aumento do salário mínimo, associado ao bom desempenho do mercado, significa que houve bom aumento na massa salarial, argumentou.
"O país tem 193 milhões de pessoas e a saúde pública é disponível a todos, por mais que a qualidade não seja boa em muitos casos, assim como acontece com o acesso à educação pública. Além disso, mais de 50 milhões de pessoas são assistidas de alguma maneira pelo Estado", comentou Santos.
Também participaram do painel Gordon Betcherman, economista sênior para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial; Rania Antonopoulos, pesquisadora sênior e diretor do Programa Gênero, Igualdade e Economia do Levy Institute; e Radhika Lal, assessora de Planejamento Estratégico para a ONU na África do Sul. O evento prossegue nesta terça, 4, e na quarta-feira, 5.