Eventos esportivos têm papel fundamental para os Brics
Publicado em 17/12/2012 - Última modificação em 22/09/2021 às 02h00
Publicado em 17/12/2012 - Última modificação em 22/09/2021 às 02h00
Eventos esportivos têm papel fundamental para os Brics
Presidente do Ipea, Marcelo Neri, participou de oficina no Rio sobre o tema
Por quais razões os países Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – têm buscado realizar megaeventos esportivos? Quais são seus reais impactos econômicos e sociais? Estas questões suscitaram a oficina de trabalho Os Brics e os megaeventos esportivos, realizada em 7 e 8 de dezembro, no Centro de Estudos e Pesquisas – Brics, em Botafogo, no Rio de Janeiro.
Para o presidente do Ipea, Marcelo Neri, que participou da oficina, os megaeventos têm papel fundamental porque criam desafios, metas e legados. “Acho que é este o principal objetivo, o que fica para a sociedade brasileira”, afirmou.
Neri enfatizou a vantagem de aprender com as diferenças entre os Brics: “O que mais me atrai nos Brics são as diferenças; dentro de uma mesma sigla, há mundos”. O presidente do Ipea citou sua pesquisa recente que aponta que os 20% mais ricos do Brasil crescem menos que qualquer outro dos Brics, mas os 20% mais pobres crescem mais que em qualquer um dos Brics, com exceção da China”.
Além da presença do presidente do Ipea, o evento contou com a participação de Eduarda La Rocque, presidente do Instituto Pereira Passos (IPP), e Luis Manuel Fernandes, secretário executivo do Ministério dos Esportes. O encontro lançou as bases para uma publicação em formato de livro sobre os estudos afins.
Megaeventos já não são mais novidades para os Brics. Em 2008, a China sediou as Olimpíadas e, em 2010, a África do Sul recebeu a Copa do Mundo de Futebol. Logo, em 2014 e 2016, o Brasil também realizará uma Copa e uma Olimpíada e, em 2018, será a vez de a Rússia receber o maior evento de futebol do planeta.
O argumento de que estes megaeventos alavancam a economia ainda é o principal para sua promoção. Outro motivo para sua realização é a necessidade de afirmação do novo papel dos Brics no sistema internacional, uma oportunidade de se firmarem como grandes centros globais, cosmopolitas e plenamente integrados ao fluxo de bens, serviços e pessoas.
Alguns dos benefícios mais comentados, contudo, começam a passar por questionamentos. Pesquisas recentes apontaram que o impacto dos megaeventos na renda, emprego e impostos não são significativos. Nesse contexto, efeitos de grandes eventos em outros eixos econômicos passaram a ser estudados, como o incremento no valor da propriedade imobiliária, os incentivos à indústria do turismo, os ganhos de valor imaterial da exposição de marcas e sedes e, também, os investimentos em infraestrutura e provisão de bens públicos.