Ipea apresentou Índice de Vulnerabilidade Social das RMs

Ipea apresentou Índice de Vulnerabilidade Social das Metrópoles

A nova publicação e a base de dados trazem o Índice da Vulnerabilidade Social de 20 regiões metropolitanas brasileiras e suas Unidades de Desenvolvimento

O Ipea lançou nesta segunda-feira, dia 5 de outubro, em São Paulo, o Atlas da Vulnerabilidade Social - Regiões Metropolitanas. Um trabalho complementar ao Atlas da Vulnerabilidade Social nos municípios, divulgado no início de setembro, a nova publicação e a base de dados trazem o Índice da Vulnerabilidade Social (IVS) de 20 regiões metropolitanas brasileiras e suas Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH): Belém, Belo Horizonte, Vale do Rio Cuiabá, Curitiba, Região de Desenvolvimento Integrado do Distrito Federal (REDE-DF), Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Grande São Luis, São Paulo e Grande Vitória, além das de Campinas, Baixada Santista, Vale do Paraíba e Litoral Norte, e Maceió, que estão somente na plataforma.

Falando da divisão do espaço metropolitano e do conceito de prosperidade social, em sua apresentação, o diretor de Estudos e Políticas Regionais Urbanas, Ambientais e Urbanas do Ipea, Marco Aurélio Costa, destacou que a análise foi feita em 9.868 UDHs. Segundo ele, na dimensão infraestrutura urbana, por exemplo, as principais RMs, entre elas Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e a RIDE-DF, estavam na faixa da alta vulnerabilidade social em 2010. “Isto em 2010, uma década gloriosa, em que os indicadores avançaram muito. Então o nosso déficit em infraestrutura urbana é enorme. A gente tem muito a fazer e os arranjos metropolitanos que a gente tem hoje não estão ajudando muito nisso”, alertou.

Marco Aurélio disse que a análise cruzou o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) com o IVS. “Depois de muito comparar, a gente entende que eles são complementares. O IDHM é um proxy muito bom da riqueza e do dinamismo econômico, especialmente o urbano. E o IVS olha para a questão social de uma maneira mais apurada, mais precisa. Para o cruzamento deles a gente deu o nome de prosperidade social”, explicou. Das UDHs analisadas, mais da metade está em um nível da alta prosperidade social, o que mostra que as regiões metropolitanas são lugares da riqueza, do dinamismo. Quando se faz esta comparação entre UDHs e municípios, conclui-se que, nestes últimos, a situação é mais grave. Há muito mais concentração de municípios na faixa de baixa prosperidade do que no UDH.

A coordenadora de Estudos em Desenvolvimento Urbano do Ipea, Bárbara de Oliveira Marguti, apresentou a metodologia utilizada para a elaboração da plataforma. A pesquisadora mostrou o panorama do que é a vulnerabilidade social: “O IVS é construído a partir dos indicadores que já estão disponíveis na plataforma do Atlas da do Desenvolvimento Humano e tem como fonte os microdados do Censo de 2000 e de 2010”. Ela ainda adiantou que em breve serão lançados um Relatório de Pesquisa e um Texto para Discussão que aprofundarão essa discussão conceitual sobre vulnerabilidade.

O projeto
O Atlas da Vulnerabilidade Social - Regiões Metropolitanas surgiu da experiência da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados do Estado de São Paulo (Seade-SP) na construção do índice paulista de vulnerabilidade social, e foi operacionalizado por meio do trabalho de outras 14 instituições estaduais, inclusive da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa), no desenho de novas áreas de ponderação – socioeconomicamente mais homogêneas do que as que o IBGE normalmente utiliza. Em boa parte, isto foi possível porque o instituto permitiu ao projeto gerar os seus próprios dados, a partir dos Censos, cruzando áreas descontíguas. “Esse grau de liberdade que tivemos, de criar áreas de ponderação com áreas descontíguas nas RMs, nos permitiu visualizar as áreas urbanas com muito mais riqueza de detalhes, vendo a desigualdade socioespacial com mais precisão”, afirmou o diretor do Ipea.

Para Diana Meirelles da Motta, diretora da Emplasa, o Ipea, a Fundação Seade e demais parceiros estão se apropriando de forma bastante inteligente e democrática desses dados, para que todas as RMs tenham condições de se utilizarem de um importante índice sintético para a elaboração de políticas públicas. “É um indicador que desvenda, dentro das nossas metrópoles, situações não muito diferentes das do Nordeste e do Norte, e que reafirma mais ainda que somos todos um só país. É um indicador que mostra as nossas diferenças e semelhanças”, afirmou a gerente de metodologia da Fundação Seade, Maria Paula Ferreira.

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