Queda na ocupação e rendimento reflete em redução da massa salarial
Publicado em 10/05/2016 - Última modificação em 22/09/2021 às 00h22
Publicado em 10/05/2016 - Última modificação em 22/09/2021 às 00h22
Queda na ocupação e rendimento reflete em redução da massa salarial
Os dados foram apresentados na terça-feira, dia 10, em Brasília, durante o lançamento do 60° Boletim Mercado de Trabalho
Em 2015, o aumento do desemprego no Brasil foi acompanhado por uma redução no nível de ocupados – particularmente entre os empregados formais –, causada pela acentuada diminuição nas contratações do setor formal. É o que afirmou o coordenador de Trabalho e Renda do Instituto, Carlos Henrique Leite Corseuil, durante o lançamento da 60ª edição do Boletim Mercado de Trabalho (BMT), na terça-feira, dia 10 de maio, na sede do Ipea, em Brasília. “Não houve tanto um aumento no desligamento, como se pode pensar, mas sim uma diminuição muito forte nas contratações, fazendo com que tanto o nível de emprego caia, como o de desemprego suba”, explicou.
No que diz respeito aos rendimentos, o pesquisador disse que no início de 2015 havia uma leve tendência de aumento, mas com o passar do tempo os outros trimestres apresentaram queda, fechando o ano com números próximos aos registrados em 2014. Tal como no que se refere ao emprego, o fenômeno pode ser explicado por um fator de composição: as pessoas com rendimento mais baixo perderam o emprego e isso fez com que a média do rendimento subisse.
Corseuil apontou que a conjuntura de queda conjunta na ocupação e no rendimento trouxe uma redução da massa salarial de 2% em 2015 quando comparada a 2014, o que é um fato preocupante para uma recuperação da trajetória do mercado de trabalho. “Isso porque, em se tratando da demanda interna, a contração dessa massa salarial dificulta a retomada no curto prazo”, explicou.
O boletim
O lançamento da 60ª edição do Boletim Mercado de Trabalho, publicação que completa 20 anos, contou com a presença do diretor-substituto de Políticas Sociais do Ipea, José Aparecido Carlos Ribeiro, e do editor-assistente do BMT em 1997, Luiz Eduardo Parreiras.
José Aparecido chamou a atenção para o fato de que o BTM é uma conquista institucional não apenas por ser uma publicação longeva, mas porque desde o seu primeiro número havia a preocupação de discutir a conjuntura, de ouvir a opinião dos atores (pesquisadores de fora do Ipea, gestores de políticas públicas, movimentos sociais envolvidos com o mercado de trabalho). “Hoje, pode parecer muito mais óbvia essa ideia de que é importante o Ipea se abrir para os atores e não apenas para os pesquisadores da casa, para fazer essa troca de conhecimentos, mas, há 20 anos, certamente foi uma inovação”, disse, ressaltando a importância desse espaço de discussão, dentro e fora da academia, ao longo desses 60 exemplares do periódico.
“Não podemos deixar de mencionar a figura do André Urani, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que foi criador deste boletim”, destacou Luiz Eduardo, lembrando que Urani, em 1992, ao se integrar à equipe do Instituto, percebeu a necessidade de a sociedade brasileira de ter um instrumento de agregação, em uma mesma publicação, de estatísticas sobre mercado de trabalho de diversas fontes.
Acesse o Boletim Mercado de Trabalho nº 60
Estudo aponta diminuição nos postos de trabalho em 2015
Vídeo: Veja o comentário do coordenador Carlos Henrique Corseuil sobre o mercado de trabalho
Vídeo: Confira a matéria com os principais dados do 60° Boletim Mercado de Trabalho (BMT)