Ipea aponta queda no trabalho por conta própria
Publicado em 19/12/2016 - Última modificação em 22/09/2021 às 00h06
Publicado em 19/12/2016 - Última modificação em 22/09/2021 às 00h06
Ipea aponta queda no trabalho por conta própria
Estudo da Carta de Conjuntura mostra também que o rendimento médio do grupo que se encontra na faixa mais baixa de renda apresentou uma expressiva recuperação no terceiro trimestre
A seção Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura nº 33, divulgada nesta segunda-feira (19/12) pelo Ipea, mostra queda dos ocupados por conta própria. Até meados de 2016, o aumento do desemprego, apesar de ter sido substancial, foi atenuado devido ao fato de muitas pessoas que perderam emprego terem se tornado trabalhadores por conta própria. A análise de transições no mercado de trabalho revela, contudo, que essa tendência se reverteu no terceiro trimestre de 2016.
Esse movimento foi acompanhado de uma queda na taxa de atividade. Analisando-se a taxa de desemprego por meio da comparação interanual em pontos percentuais, nota-se que a crise continua afetando mais gravemente justamente esses grupos que tendem a ter desemprego mais elevado. Entre o 3º trimestre de 2016 e o mesmo período de 2016, o desemprego subiu 6,8 p.p. entre os jovens, enquanto entre os adultos até 59 anos a queda foi de 2,9 p.p..
Já o rendimento real médio não apresentou um desempenho tão ruim quanto a ocupação. Registrou um ligeiro aumento de 0,9%, comparando com o trimestre anterior. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, entretanto, o rendimento real apresentou queda de 2,1% neste terceiro trimestre. Subdividindo os trabalhadores em 10 faixas de renda, observa-se que o rendimento médio do grupo que se encontra na faixa mais baixa de renda apresentou uma expressiva recuperação, tanto na comparação interanual (crescimento de 17,6%), como na comparação do terceiro trimestre com o segundo (crescimento de 19,8%).
A queda da massa salarial vinha sendo puxada pelo setor formal, porém, neste terceiro trimestre, houve uma queda da massa salarial entre os conta própria de quase R$ 2 bilhões. Devido à continuidade do quadro recessivo e como o número de admissões ainda não mostra sinais de recuperação, é provável que o nível de ocupação continue a cair. Se isso resultará em aceleração da taxa de desemprego, dependerá muito do comportamento da PEA. Caso se mantenha a tendência de menor ocupação entre os trabalhadores por conta própria, sem que seja observada uma recuperação das admissões no setor formal, as condições do mercado de trabalho continuarão a se deteriorar - mesmo que a taxa de desemprego não se eleve muito.
Serviço:
A pesquisa está publicada no blog Carta de Conjuntura. As entrevistas com o coordenador da publicação, José Ronaldo Souza Jr., podem ser agendadas pelo e-mailEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.,ou pelo telefone 61 2026-5334.