Indicadores apontam recuperação gradual da economia
Publicado em 25/09/2017 - Última modificação em 22/09/2021 às 23h52
Publicado em 25/09/2017 - Última modificação em 22/09/2021 às 23h52
Indicadores apontam recuperação gradual da economia
Indústria, investimentos, comércio, serviços e agropecuária são avaliados em seção da Carta de Conjuntura que traz números inéditos
O bom desempenho nos indicadores mensais de atividade em 2017 aponta uma recuperação gradual da economia, segundo a seção de Atividade da Carta de Conjuntura do Ipea, lançada nesta segunda-feira (25/09) e disponível no blog da Carta de Conjuntura.
Números inéditos do Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais revelam crescimento bastante disseminado para 64% dos segmentos em julho. O Indicador Ipea de Produção Industrial, que é uma prévia do indicador da Produção Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE, registrou alta de 0,2% em agosto e apresentou resultado ainda melhor em relação ao mesmo mês de 2016, com expansão de 5,3%.
O Indicador Ipea de Comércio, que é uma prévia da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, também teve resultados positivos e aponta novo crescimento de 2,6% nas vendas no varejo referentes a agosto. Esses primeiros sinais de recuperação do mercado doméstico, cruzados com outros indicadores e avaliação do cenário, melhoram as perspectivas por investimentos.
Nesse sentido, o Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede os investimentos, registrou alta de 1,1% em julho na comparação com junho. Enquanto a construção civil obteve o segundo avanço consecutivo, o consumo aparente de máquinas e equipamentos recuou, afetado negativamente pela exportação ficta de uma plataforma de petróleo – como esse item, na verdade, não saiu do país, sua exclusão do cálculo tornaria o indicador mais adequado à realidade, com uma queda menor das máquinas e equipamentos e uma alta maior do indicador de mensal de FBCF (1,4%).
O Indicador Ipea de PIB Agropecuário acumulou avanço de 14,8% nos primeiros sete meses do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior, e foi o destaque entre os setores produtivos. Mas, como grande parte da colheita concentra-se no 1º semestre, sua contribuição positiva para a economia deve se reduzir até o fim do ano. Em julho, o Indicador Ipea de PIB Agropecuário projetou estabilidade, embora em relação ao mesmo período do ano anterior tenha crescido 13,5%. Seus efeitos indiretos, porém, seguem influenciando positivamente a economia, seja mediante o aumento dos investimentos agrícolas, seja pela elevação no poder aquisitivo da renda das famílias, por meio do relaxamento nos preços dos alimentos.
Os sinais recentes de melhora da demanda doméstica podem ser explicados pelo aumento dos níveis de ocupação no mercado de trabalho nos últimos meses, pela recuperação do poder de compra, pela redução das taxas de juros e pela liberação dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
Mas a boa evolução dos indicadores não elevou solidamente o nível de confiança de empresários da indústria de transformação e construção, comércio e serviço, assim como dos consumidores. De acordo com a análise do Grupo de Conjuntura, as maiores condicionantes para este ambiente benigno permanecer no médio e longo prazos são as questões de natureza fiscal.