Quase metade dos jovens ocupados com nível superior está em postos de trabalho de menor qualificação
Publicado em 12/12/2018 - Última modificação em 22/09/2021 às 23h26
Publicado em 12/12/2018 - Última modificação em 22/09/2021 às 23h26
Quase metade dos jovens ocupados com nível superior está em postos de trabalho de menor qualificação
Estudo do Ipea aponta, ainda, que subocupação já atinge sete milhões de trabalhadores no país
Nos últimos quatro anos, o total de jovens com nível superior em funções incompatíveis com a sua escolaridade subiu 6,1 pontos percentuais, chegando a 44,2%. Considerando-se o total de trabalhadores com curso superior, este índice é de 38% - o maior patamar desde o início da série. É o que mostra uma análise sobre o mercado de trabalho no Brasil divulgado nesta quarta-feira, 12/12, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A Nota Técnica A evolução da população ocupada com nível superior no mercado de trabalho acompanha a seção Mercado de Trabalho, produzida por técnicos do Grupo de Conjuntura e da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea.
“Não é um fenômeno novo. Com a crise e a população mais escolarizada, as pessoas acabaram aceitando um emprego abaixo da sua qualificação com medo do desemprego”, explica uma das autoras do estudo e pesquisadora do Ipea, Maria Andreia Lameiras.
Já a Seção Mercado de Trabalho mostra que, apesar da taxa de desocupação ter caído no trimestre móvel encerrado em outubro, ficando em 11,7%, houve um aumento no número de pessoas subocupadas – aquelas que trabalham menos de 40h semanais, mas gostariam de trabalhar mais horas – alcançando quase sete milhões de trabalhadores. Isso corresponde a um aumento de 10,4% na comparação interanual. Para os que procuram trabalho, a situação ainda continua difícil: de cada quatro desempregados, um está à procura de recolocação há mais de dois anos. O Brasil atualmente possui 12,7 milhões de desempregados.
O estudo ainda destaca que, em contrapartida, houve geração de mais de 790 mil novas vagas com carteira assinada em 2018, segundo os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. “Há uma recuperação moderada do mercado de trabalho no Brasil, mas com a informalidade ainda alta e com um aumento na população subocupada”, analisa Lameiras.
A pesquisa também faz uma avaliação detalhada da dinâmica recente do mercado de trabalho brasileiro em tópicos como emprego setorial, rendimentos, desalento e grau de formalidade. As informações são apresentadas por faixa etária, sexo, região, grau de instrução e tipo de vínculo. Além das informações do Caged, o estudo utiliza diversas fontes para a análise, dentre elas os dados da PNAD Contínua (IBGE).
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