Estudo aponta necessidade maior de controle nas fronteirais para combater pandemia

Feriado de carnaval, em fevereiro, pode ter sido porta de entrada do novo coronavírus

A pandemia do novo coronavírus é, essencialmente, um problema de caráter fronteiriço. Essa é a principal conclusão do estudo Pandemia e Fronteiras Brasileiras: Análise da Covid-19, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A pesquisa apresenta a correlação entre os casos já confirmados de Covid-19 no país e o fluxo de pessoas, a partir da análise da movimentação nas fronteiras litorânea, terrestre, marítima e aérea do Brasil, entre janeiro e abril deste ano.

Os dados confirmam uma relação direta entre o aumento no fluxo de passageiros nos principais aeroportos do país – Guarulhos (SP) e Galeão (RJ) – no feriado de Carnaval e os casos de contágio divulgados pelo Ministério da Saúde no mês março. De acordo com a pesquisa, os três municípios mais afetados foram São Luís (MA), Salvador (BA) e Fortaleza (CE) – destinos de alta movimentação durante o carnaval.

“O avanço do vírus já era de conhecimento em escala global no mês de fevereiro. A grande falha foi não implementar uma política de controle rigorosa nos aeroportos como medida de controle para barrar a entrada do vírus”, afirma o economista e pesquisador do Ipea Bolívar Pêgo, coordenador da pesquisa. “As fronteiras têm papel determinante na disseminação”, ressalta.

A faixa litorânea do Brasil, pela sua relação e conexão com outros países por via aérea, serviu como porta principal de entrada do vírus para os centros urbanos mais populosos, densos e com expressiva vulnerabilidade e desigualdade social. Apesar de concentrarem maior infraestrutura hospitalar e laboratorial, as grandes cidades também concentram condições favoráveis para o contágio mais acelerada e letal.

O estudo aponta que a falta de ações coordenadas entre estados e municípios no início da pandemia, tanto no fornecimento de dados estatísticos como na implementação de políticas públicas nas fronteiras, foi determinante para permitir o avanço rápido dos casos de Covid19 no país.


Leia aqui o estudo na íntegra

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