Webinar discute estratégias contra a Covid-19

Webinar discute estratégias contra a Covid-19


Ênfase na atenção primária e avaliação do contexto do ambiente de desigualdades no Brasil foram algumas questões abordadas

A necessidade de adaptar a resposta sanitária à Covid-19 ao contexto de desigualdades no Brasil foi um dos pontos ressaltados no Webinar: Estratégias sanitárias contra a Covid-19, ocorrido na quarta-feira (03) e promovido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O médico Adriano Massuda, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), destacou o papel da atenção primária e diversos pontos-chave para o Sistema Único de Saúde (SUS) responder adequadamente à Covid-19, inclusive por meio dos núcleos de apoio à saúde da família. Também palestrante, a estatística e demógrafa Márcia Castro, da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard (EUA), apresentou um panorama de desafios associados à crise sanitária no contexto brasileiro de profundas desigualdades, propôs o emprego dos agentes de saúde da família e discutiu questões a serem estudadas e cenários para o mundo pós-pandemia.

Os desafios apontados pelos palestrantes foram diversos, com destaque para a desigualdade do país, que, além de se apresentar como um entrave para o combate efetivo à Covid-19, é um fator decisivo no crescimento do número de casos e mortes. Márcia Castro ressaltou que várias das ações da lista de medidas para se proteger do coronavírus podem ser limitadas, ou impossíveis de serem feitas em função da desigualdade no acesso a infraestruturas, o que já se mostra um desafio. Segundo ela, a disponibilidade de leitos e médicos também é desigual, o que acaba por sobrecarregar o sistema. Além disso, ressaltou existir um conflito de mensagens vindas de esferas de poder que torna ainda mais difícil a aderência da população às medidas de prevenção.

Ao enfatizar que o coronavírus acentua as desigualdades, a palestrante reafirmou a urgência na reorganização das estratégias de saúde que foquem na atenção primária. Márcia sugeriu ainda a promoção de ações preventivas e curativas no atendimento a indivíduos e comunidades de diversas realidades sociais, que têm diferentes meios de acesso à água e ao álcool, por exemplo, além de desigualdade de renda, de qualidade da moradia e outros problemas, como a densidade de moradores no domicílio.

O webinar colocou em debate também a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), o panorama internacional em comparação com o cenário da América Latina – agora considerada o novo epicentro da doença -, possíveis tratamentos desenvolvidos no mundo e a análise de medidas tomadas no Brasil contra a doença, bem como as suas consequências. Sobre estratégias de redução do contágio, Adriano Massuda salientou que o reastreamento é uma das formas de identificar as pessoas contaminadas e determinar uma cadeia de transmissão. Segundo ele, isso é fundamental para que se possa bloquear o contágio. “A eficiência na aplicação de medidas como testes disponíveis, identificação e quarentena de contatos, faria com que não precisasse de uma ação tão radical do ponto de vista de lockdown e isolamento, o que ainda pode ser feito se houver uma reorganização. Enquanto não se tem vacina, essa é uma estratégia alternativa para um plano de retirada”, concluiu.

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