Workshop debate o futuro das políticas educacionais no Brasil

Workshop debate o futuro das políticas educacionais no Brasil


Evento foi promovido pela Universidade Federal da Bahia e teve apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

O Futuro das Políticas Educacionais no Brasil Pós-Pandemia – Currículo, Avaliação e Financiamento foi o tema escolhido para a realização do II Workshop de Economia da Educação, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal da Bahia, com o apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Transmitido online pela plataforma do YouTube, o evento, com duração de dois dias, foi coordenado pela professora adjunta do Departamento de Economia da UFBA e pelo economista e pesquisador do Ipea, Paulo Meyer Nascimento.

Com a palestra “Insumos para a reflexão sobre a avaliação, a regulação e o financiamento da educação superior no Brasil”, Paulo Meyer analisou os diversos instrumentos que compõem o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), entre os quais está o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), específico para analisar a atividade do estudante.

De um modo geral, o Sinaes tem por objetivo assegurar o processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de graduação e do desempenho de seus estudantes. Entre as questões levantadas por Meyer está o papel de cada indicador na composição da qualidade da educação superior no Brasil. “É importante saber em que medida seus ciclos avaliativos contribuem de fato para que o avaliador e o avaliado tracem rumos, metas, inovação em busca de qualidade”, pontuou.

Meyer destacou o fato de a prova do Enade ser, por exemplo, relativamente curta, com poucos itens. “Há, na prova, os componentes geral e específico, que acabam sendo insuficientes como instrumento avaliativo. Não usa a teoria de resposta ao item e não é comparável ao Enade de um ano para o outro. Serve simplesmente para, a partir do desempenho dos estudantes daquela aplicação, poder gerar a distribuição dos cursos em cinco níveis e, depois, com os outros indicadores de insumo, ter a classificação do Conceito Preliminar de Curso (CPC), além da nota do Enade”, disse.

Para o pesquisador, o Enade precisaria ter outras bases para ser uma avaliação que possa proporcionar um uso inclusive pedagógico dos seus resultados. “Alguns autores veem com certa restrição o Enade como instrumento de avaliação. Na minha opinião, não vejo tanto sentido trabalhar para que o Enade vire um instrumento de avaliação mais potente, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é para a educação básica. Da forma como ele é hoje, funciona para gerar os indicadores e não como instrumento de mudança nos cursos”, alertou.

A coordenadora de Educação da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Ana Luiza de Codes, abordou em sua palestra a reforma do ensino médio elaborada com base em um estudo realizado no Ipea, em parceria entre os pesquisadores Sérgio Doscher e Herton Araújo. De acordo com Codes, a reforma seria uma resposta ao esgotamento do modelo anterior. A pesquisadora acredita que a reformulação do ensino médio deve partir de dois questionamentos. O primeiro diz respeito à capacidade de preparação do jovem no novo ensino médio para a entrada na vida adulta, e o segundo busca identificar as potencialidades de inserção de valores básicos e outros aspectos básicos da vida do estudante.

Confira a íntegra dos debates

Apresentação

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