Foto: Alexandre Macieira | Riotur

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou sua projeção de crescimento da economia brasileira em 2025. Neste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) deve avançar 2,2%. Para 2026, a expectativa, a partir desse último levantamento, é de 1,6%. Os dados são da nova edição da Visão Geral da Conjuntura, divulgada na última quinta-feira (2).

Os números do segundo trimestre confirmaram a desaceleração que já era prevista pelo Ipea. Mesmo assim, o Grupo de Conjuntura do Instituto reduziu a projeção de crescimento para este ano e o ano que vem, já que a previsão anterior era de 2,4% e 1,8%, respectivamente. E isso ocorreu, entre outras razões, por causa da manutenção de juros reais elevados por mais tempo do que era previsto anteriormente, além de alterações no padrão sazonal das contas nacionais trimestrais.

Para 2026, o cenário geral continua parecido, mas com menos impulso herdado do desempenho de 2025 e com maior incerteza ligada às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.

Segundo o Ipea, o desempenho da economia deve, então, perder força no segundo semestre. O setor de serviços deve seguir impulsionando o crescimento, com altas previstas de 1,8% em 2025 e 1,6% em 2026. Já a agropecuária deve encerrar 2025 com expansão de 9%, e crescer 1,7% no ano seguinte.

A indústria de transformação tende a sentir mais os efeitos da política de juros elevados, enquanto segmentos menos dependentes do crédito, como as indústrias extrativas, devem ter desempenho positivo. Os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo, devem cair 0,4% no terceiro trimestre, mas encerrar 2025 com alta de 3,4% e 2026 com avanço de 0,8%.

No setor externo, a expectativa é de aumento de 1,3% nas exportações e estabilidade nas importações no terceiro trimestre. Para o acumulado do ano, as exportações devem crescer 3,3% em 2025 e 3,1% em 2026, enquanto as importações devem avançar 5,5% e 3% nos respectivos períodos.

Juros, câmbio e inflação
A taxa Selic deve permanecer em 15% até o fim de 2025, conforme decisão recente do Copom. Com a inflação em queda e expectativas mais estáveis, o Ipea projeta início de cortes em 2026, levando os juros para cerca de 12,5% ao fim do próximo ano. O câmbio deve se manter em trajetória de leve valorização do real, refletindo a perda de confiança no dólar como reserva global. As projeções são de R$ 5,40 para 2025 e R$ 5,32 em 2026.

A inflação acumulada em 12 meses recuou para 5,1% em agosto. Embora o cenário seja mais favorável, o Ipea alerta para pressões que ainda podem persistir. A previsão para o IPCA em 2025 caiu de 5,2% para 4,8%. No caso do INPC, a estimativa também foi revista para baixo, de 4,9% para 4,5%.

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