Foto: Helio Montferre/Ipea
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para baixo a projeção de inflação de 2025, estimando alta de 4,8% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A nova edição da Análise e Projeções de Inflação foi divulgada nesta segunda-feira (29).
A previsão anterior para o IPCA, divulgada em junho, apontava 5,2%. No caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede o custo médio de vida das famílias com renda de um a cinco salários mínimos, a estimativa recuou de 4,9% para 4,5%.
O ambiente inflacionário brasileiro apresenta sinais de maior moderação, embora siga desafiador. Após um período de fortes pressões, a trajetória recente mostra arrefecimento ainda que os núcleos permaneçam acima do centro da meta e as expectativas desancoradas.
Esse desempenho recente da inflação brasileira tem se mostrado bem mais favorável, possibilitando uma revisão das projeções para o ano. Diante de um cenário de curto prazo menos pressionado, as previsões de inflação feitas pelo Grupo de Conjuntura do Ipea para 2025 também foram revisadas para baixo.
No caso do IPCA, mesmo diante de um aumento na projeção dos preços administrados, a expectativa para o ano recuou de 5,2% para 4,8%, beneficiada por uma queda nas expectativas de inflação para os preços dos alimentos no domicílio e dos bens industriais.
Os reajustes mais intensos nos transportes públicos que os projetados geraram uma alta da previsão dos preços administrados de 4,4% para 4,7%, apesar do comportamento mais benevolente dos combustíveis. Por outro lado, os efeitos da apreciação cambial sobre a descompressão dos preços ao produtor fizeram com que as projeções para a inflação dos alimentos no domicílio e dos bens industriais recuassem de 6,7% e 3,6% para 4,4% e 3,1%, respectivamente.
Em relação aos serviços, a estimativa de alta de 6,2%, em 2025, foi mantida tendo em vista que, mesmo diante de uma leve desaceleração da atividade econômica na margem, o mercado de trabalho segue bem apertado.
Em relação ao INPC, apesar da elevação da projeção para os preços administrados (de 4,2% para 4,5%), a revisão para baixo dos alimentos (de 6,4% para 4,2%) e bens industriais (de 3,2% para 2,9%) fez com que a estimativa global para 2025 recuasse de 4,9% para 4,5%.
As autoras da nota, no entanto, ponderam que a construção de um cenário prospectivo para a inflação sempre mostra algum grau de incerteza. O país estaria em um momento de transição inflacionária, saindo de um cenário de choques de oferta agudos para um ambiente onde as pressões são mais domésticas e relacionadas à dinâmica de serviços e às expectativas.
Ainda assim, não se descarta a ocorrência de fatores, internos e externos, que podem desencadear pontos de pressão ou de alívio inflacionário nos próximos meses. Internamente, a sustentabilidade do controle inflacionário depende de política monetária vigilante e de ancoragem fiscal. Externamente, tensões geopolíticas e comerciais podem reverter o comportamento benigno de commodities e câmbio.
Acesse o estudo na íntegra
Comunicação – Ipea
(21) 3515-8704 / (21) 3515-8578
(61) 2026-5501
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.