Foto: Washington Costa/MPO

Em uma sessão especial do projeto Cine Bloco K, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) foi homenageado nesta quinta-feira (25/09) em comemoração ao seu 61º aniversário. O evento, promovido pelos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e do Planejamento e Orçamento (MPO), celebrou o legado do economista Celso Furtado com a exibição do documentário "O Longo Amanhecer".

A data da homenagem é simbólica: em setembro de 1962, Celso Furtado tornou-se o primeiro titular do recém-criado Ministério do Planejamento, durante o governo de João Goulart. Ele foi um dos maiores pensadores brasileiros sobre as desigualdades regionais e o subdesenvolvimento, defendendo o papel do Estado no planejamento da industrialização para superar esses desafios.

A sessão, realizada no auditório do Bloco K da Esplanada dos Ministérios, contou com a presença da presidenta do Ipea, Luciana Servo, que destacou a importância de Furtado como um "grande influenciador do desenvolvimento brasileiro". Em sua fala, Luciana ressaltou que o economista pensou o desenvolvimento de forma integrada, indo além da esfera econômica.

"O desenvolvimento não se restringe à economia. A economia, como a entendemos, é parte desse processo, uma parte importante, mas há outras partes integradoras que precisamos trazer à nossa gestão o tempo todo", afirmou a presidenta. Ela enfatizou que a cultura, por exemplo, é um elemento central na estratégia de desenvolvimento nacional, uma ideia defendida por Furtado desde seus primeiros trabalhos.

Luciana Servo também reforçou a visão de Furtado sobre a centralidade do Estado na formulação de políticas públicas capazes de resolver os problemas nacionais. "Homenagear Celso Furtado é também trazer essa história. E o Ipea tem que, o tempo todo, também ajudar a ser essa memória do Estado e das pessoas que fizeram esse Estado", declarou.

O documentário "O Longo Amanhecer", dirigido por José Mariani, apresenta uma análise profunda das ideias de Furtado e sua participação em projetos cruciais para o país desde a década de 1940. Por meio de depoimentos, o filme constrói um panorama da história recente do Brasil, destacando o legado imensurável de Furtado, cuja obra "Formação Econômica do Brasil" continua sendo uma das mais estudadas. A obra é considerada pelo historiador francês Fernand Braudel como "absolutamente criativa e sem parâmetros" por sua junção única entre teoria macroeconômica e análise histórica.

A iniciativa do Cine Bloco K, organizada pelas Assessorias de Participação Social e Diversidade do MGI e MPO, busca exibir filmes e documentários sobre cultura popular, história, memória e produção audiovisual brasileira, em diálogo com os desafios das políticas públicas do país. São realizadas sessões mensais no auditório do edifício sede dos órgãos, na Esplanada dos Ministérios em Brasília. O evento também é transmitido online via plataforma do Microsoft Teams.

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