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Inflação desacelerou em junho para famílias com renda de até R$ 11 mil

Desaceleração foi registrada em quatro das seis faixas analisadas; reajustes mais fortes nos transportes fez com que inflação acelerasse para as duas faixas de renda mais altas

Foto: Helio Montferre/Ipea

A inflação desacelerou em junho para as famílias das quatro primeiras faixas de renda. A desaceleração inflacionária ocorreu principalmente por conta da melhora dos preços dos alimentos no domicílio. Essas quatro faixas representam as famílias que têm renda mensal de até R$ 11.010,11.

Já as duas faixas de renda mais alta, tiveram aceleração na inflação por conta dos reajustes mais fortes do grupo transportes. Os resultados são do Indicador Ipea de Inflação por faixa de renda, divulgado nesta terça-feira (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

O índice inflacionário geral, medido pelo IPCA, caiu de 0,26% para 0,24%. Enquanto as famílias de renda muito baixa e baixa passaram de 0,38% e 0,36%, respectivamente, em maio, para 0,20% e 0,21% em junho, as famílias de renda média-alta e alta passaram de 0,21% e 0,08% para 0,27% e 0,28% no mesmo período.

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Com a incorporação do resultado de junho, no acumulado do ano, a faixa de renda muito baixa é a que apresenta a maior inflação (3,2%), pressionada, especialmente, pelas altas de 3,6% dos preços dos alimentos no domicílio e de 7% da energia elétrica nos seis primeiros meses de 2025. Já a faixa de renda alta é a que tem a taxa menos elevada (2,6%), beneficiada pela queda de 27,9% das passagens aéreas. Já no acumulado de doze meses, a faixa de renda alta registra a maior inflação (5,4%), ao passo que o segmento de renda baixa apresenta a menor taxa (5,2%).

Com exceção do segmento de renda alta, para todas as faixas de renda, a principal contribuição para a inflação em junho veio do grupo habitação, refletindo, sobretudo, os reajustes de energia elétrica (3%) e da taxa de água e esgoto (0,59%). Já para as famílias de maior poder aquisitivo, o principal foco de junho veio da alta do grupo transportes, pressionado pelas altas do transporte por aplicativo (13,7%), do aluguel de veículos (5,5%) e do seguro veicular (1,1%), cujos impactos anularam, em parte, o alívio vindo da queda de 0,42% dos preços dos combustíveis.

Por outro lado, a queda de 0,4% dos alimentos, sobretudo com a queda de preços dos cereais (-2,7%), das hortaliças e verdura (-3,0%), das frutas (-2,2%), das carnes (-0,4%) e das aves e ovos (-1,4%), gerou uma forte descompressão inflacionária no mês para as faixas de renda mais baixas, dado o peso do grupo alimentos no orçamento destas famílias. 

Na comparação com junho de 2024, enquanto a inflação corrente recuou para as três primeiras faixas de renda, houve aceleração da inflação para as três faixas subsequentes.

Acesse a íntegra do indicador

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