Emprego. Trabalho

Estudo do Ipea desafia suposto “efeito preguiça” associado ao Bolsa Família

Emprego formal e renda do trabalho cresceram mais entre os mais pobres de 2019 a 2023, quando transferências do programa quase quintuplicaram

Crédito da foto: Lyon Santos/ MDS

A ideia de que o Bolsa Família desestimula a busca por trabalho, uma hipótese popularmente conhecida como “efeito preguiça”, foi questionada por um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A análise integra a edição nº 78 do boletim Radar, divulgado em 13 de maio.

O estudo utiliza dados da PNAD Contínua e revela que, mesmo com a ampliação expressiva do programa social entre 2019 e 2023, houve avanço nos indicadores de emprego com carteira assinada, especialmente entre os mais pobres. De acordo com o artigo, do pesquisador Marcos Hecksher, enquanto o valor real do Bolsa Família foi multiplicado em quase cinco vezes no período, os indicadores do mercado de trabalho entre os mais pobres melhoraram de forma consistente.

A taxa de desemprego caiu em todas as faixas de renda, com destaque para os 20% mais pobres da população. Nessa faixa, houve redução de 4,3 pontos percentuais. Ao mesmo tempo, o emprego com carteira assinada cresceu em todas as camadas, especialmente também entre os mais pobres, com alta de 1,1 ponto percentual.

A renda real do trabalho também acompanhou essa tendência positiva. O crescimento anual médio entre os ocupados dos 20% mais pobres foi de 9,5%, acumulando alta de 43,6% no período de quatro anos. Esses dados reforçam a conclusão de que a ampliação do programa de transferência de renda não impediu, e pode ter até favorecido, o aumento da inserção produtiva dos grupos mais vulneráveis.

Para Hecksher, “a queda do desemprego entre os mais pobres e a alta no preço de seu trabalho podem incomodar quem se habituou a pagar menos por ele, mas atendem a objetivos fundamentais do país”.

Acesse aqui a íntegra do estudo
Acesse aqui a íntegra do Boletim Radar

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