Créditos: Helio Montferre/Ipea
Em meio à emergência climática global, um desafio se impõe com urgência: proteger o bem-estar e a saúde das populações mais vulneráveis, historicamente mais expostas aos desastres ambientais. Foi com esse propósito que a presidenta do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luciana Mendes Santos Servo, participou do seminário "Justiça Climática e Saúde nas Periferias", realizado em Brasília, no Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6).
“Não é possível falar de meio ambiente e clima sem trabalhar todas as perspectivas do problema. A saúde tem um conceito central, que é a determinação social, ou seja, eu não consigo trabalhar a saúde se eu não entender todos os determinantes sociais que estão envolvidos. A emergência climática também traz todas suas determinações sociais”, afirmou Servo.
A presidenta ressaltou a importância da construção coletiva de soluções. “A função do Ipea é fazer com que as políticas sejam mais efetivas, é contribuir no assessoramento governamental com pesquisas, informações, evidências. A gente entende completamente que não faz isso sozinho. O que está aqui nesta mesa e nesta plateia é o que a gente entende como possibilidade potencial: possibilidade de construção em rede e potencial de construção coletiva e comunitária”.
O secretário nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Adalberto Maluf, também enfatizou a necessidade do envolvimento de todos. Segundo ele, apenas o Fundo Clima soma R$ 10 bilhões de investimento, dos quais R$ 2,5 bilhões são voltados aos municípios, para financiar projetos do Programa Cidades Verdes Resilientes, que integra políticas urbanas, ambientais e climáticas.
“As mudanças climáticas vão impactar a vida de todos. Por isso a importância de debater justiça climática, transição justa, racismo ambiental, em especial unificando as agendas de saúde, meio ambiente, educação ambiental, cultura, participação social e governança,” afirmou Maluf.
A representante do Fundo de População das Nações Unidas, Júnia Quiroga, reiterou a importância de incluir no debate as vozes dos mais afetados: "Os atingidos por enchentes, secas e outros fenômenos extremos precisam estar no centro das discussões. Todos têm o direito de livre escolha e a sociedade precisa se preparar para tais mudanças”.
Valcler Rangel, vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) trouxe uma reflexão sobre a importância dos esforços continuados para a saúde. Segundo ele, 28% das cidades não possuem gestão de resíduos em residências, um número preocupante. “Tudo que a gente fizer é pouco, principalmente para as áreas periféricas, que são as áreas mais atingidas”, concluiu.
Organizado pelo Ministério da Saúde e pela Fiocruz, com apoio da Secretaria-Geral da Presidência da República e do Ministério do Meio Ambiente, o evento reforçou o compromisso com a produção de dados locais e com a integração de diferentes fontes de informação para levar solução para questões climáticas e sanitárias a todo o território nacional.

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