Crédito: Miguel Ângelo/CNI
A quantidade de bens industriais disponíveis para indústrias brasileiras aumentou 0,1% entre fevereiro e março de 2025. O dado compõe o Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais, divulgado nesta terça-feira (27). O resultado ocorreu em razão da alta de 1,9% da produção destinada ao mercado nacional e da queda de 6,4% das importações de bens industriais, como mostra a tabela abaixo:

O consumo aparente de bens industriais é uma medida da demanda interna por bens industriais. Ele é definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações.
A expansão em março foi a quarta consecutiva na série dessazonalizada. Desta forma, o trimestre móvel encerrado no mês cresceu 1,2% na margem, quando comparado com o encerrado em dezembro. Entre os seus componentes, a produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) manteve-se estável em março, enquanto e as importações de bens industriais tiveram alta de 8,5% no mês.
Na comparação interanual, enquanto o indicador mensal subiu 4,1% em relação a março de 2024, o indicador em médias móveis trimestrais aumentou 6,1%. Já os dados acumulados em doze meses mostram que a demanda por bens industriais registrou alta de 6,5% em março, contrastando com a elevação de 3,1% da produção interna apontada pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE).
Em relação às classes de produção, segmento da indústria extrativa apresentou alta de 0,4% na margem. Ainda assim, o trimestre móvel registrou baixa de 1,3%. O consumo aparente da indústria de transformação, por sua vez, recuou 0,2% na série dessazonalizada, após crescimento de 0,1% no período anterior.
Com isso, o setor apresentou elevação de 0,7% no trimestre móvel encerrado em março. Em termos interanuais, a indústria extrativa teve alta de 23,2%. Já a transformação registrou crescimento de 2,9%. Na comparação em médias móveis, os resultados foram 8,3% e 6,1%, respectivamente.
A análise das grandes categorias econômicas aponta um desempenho heterogêneo na comparação livre de efeitos sazonais. O grande destaque positivo ficou conta da demanda por bens de consumo semi e não duráveis, que registrou alta de 2,1% na margem. Enquanto os bens intermediários permaneceram estáveis, o consumo aparente de bens de capital recuou 23,6% na margem, devolvendo parte do forte aumento registrado em fevereiro (31,6%), quando foi positivamente afeto pela importação de uma plataforma de petróleo proveniente da China.
Nas comparações interanuais, a demanda por bens de consumo duráveis foi a única a recuar (-4,2%). Já no acumulado em doze meses o crescimento foi generalizado, com destaque para os grupos bens de consumo duráveis e bens de capital, com altas de 19,0% e 19,9%, respectivamente.
Dez dos 22 segmentos da indústria de transformação apresentaram avanço na margem. os destaques positivos foram os segmentos farmoquímicos e vestuário, com altas de 6,8% e 3,6% na margem, respectivamente. O destaque negativo ficou por conta do segmento outros equipamentos de transporte, cuja queda de 64,3% deveu-se, em grande medida, à alta base de comparação referente ao mês de fevereiro, quando foi contabilizada a importação de uma já mencionada plataforma de petróleo.
Já em relação ao trimestre móvel, onze segmentos registraram crescimento na comparação dessazonalizada. Além do segmento outros equipamentos de transporte (62,7%), destacaram-se máquinas e equipamentos e produtos alimentícios, com altas de 5,3% e 3,9%, respectivamente.
Acesse a íntegra do indicador no blog da Carta de Conjuntura
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