Cooperação Internacional. Relações Internacionais

Boletim analisa economia circular, transição energética e cooperação internacional para o desenvolvimento

Nova edição do Bepi reúne cinco artigos inéditos que contribuem para o fortalecimento da inserção do Brasil no cenário global

A edição número 39 do Boletim de Economia e Política Internacional (Bepi), publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta quinta-feira (09), destaca temas como economia circular, transição energética, cooperação internacional para o desenvolvimento e integração financeira. O boletim visa fomentar o debate sobre políticas públicas com interface internacional e a inserção e o fortalecimento do Brasil no cenário mundial.

Em 2024, o Brasil assumiu a presidência do G20, buscando focar sua agenda no fortalecimento do debate sobre inclusão social, desenvolvimento sustentável e reforma da governança global. Esta edição do boletim oferece uma análise aprofundada sobre a importância da transição energética justa e sustentável, assim como os mecanismos de financiamento para o cumprimento das metas nacionalmente definidas de redução de emissões dos países em desenvolvimento.

“O governo brasileiro tem dedicado especial importância aos temas da sustentabilidade e da transição energética, como pode ser notado na Declaração Final dos líderes do G20. Agora em 2025, o Brasil sediará a COP30, evento decisivo para o futuro da governança ambiental global, uma vez que o negacionismo climático está em ascensão nos países que mais contribuem para as emissões de carbono. Logo, é importante avaliarmos o potencial da adoção de uma economia mais circular, assim como os desafios enfrentados pelas economias em desenvolvimento para avançar na transição para a economia de baixo carbono”, destaca André Pineli, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e editor do Bepi.

O primeiro artigo, assinado por Jennyfer Ferreira da Silva e Michelle Márcia Viana Martins, analisa como o comércio internacional pode facilitar ou dificultar a transição para uma economia circular, facilitando o acesso a práticas sustentáveis e tecnologias. As autoras destacam que a cooperação internacional e a harmonização de normas são essenciais para formular políticas comerciais que promovam práticas sustentáveis, permitindo que a economia circular e o comércio internacional se complementem e contribuam para um desenvolvimento global mais sustentável.

O segundo artigo tem como objetivo avaliar as contribuições da China para a transição energética na América Latina. Os autores, Carlos Renato Ungaretti, Ticiana Gabrielle Amaral Nunes e Marco Aurélio Alves de Mendonça, analisam o papel da China como catalisador da transição energética na América Latina, considerando o "trilema" da energia: sustentabilidade, segurança e acessibilidade. Conforme o estudo, o maior desafio enfrentado pela China é sua incapacidade de reduzir substancialmente a dependência de fontes fósseis de energia. A América Latina, por seu turno, apresenta matriz energética relativamente limpa, porém carece de recursos e de tecnologias para acelerar a substituição de fontes fósseis por renováveis. Por conta disso, os autores avaliam existir amplas possibilidades de cooperação entre a China, maior produtora e líder tecnológico na área de equipamentos para a transição energética, e os países latino-americanos.

No terceiro artigo, Guilherme de Oliveira Schmit analisa a evolução da cooperação chinesa no Sudeste Asiático entre 1949 e 2023. O estudo traça a evolução da cooperação chinesa para o desenvolvimento no Sudeste Asiático, identificando cinco fases distintas desde a Revolução Comunista de 1949 até a Iniciativa Cinturão e Rota, anunciada em 2013, que atualmente abrange grande parte das nações em desenvolvimento ao redor do mundo.

O envolvimento do Brasil na governança do Ártico, uma região de crescente interesse global devido a questões ambientais, econômicas e geopolíticas, é abordado no quarto artigo, de autoria de Fernanda Moreira Lins e Laís de Oliveira Cavalcante. Embora distante geograficamente, o Brasil tem expandido sua participação na governança do Ártico, destacando a diplomacia científica e a participação de cientistas brasileiros. O governo formalizou esse interesse em 2021, com a criação de um grupo técnico voltado para atividades na região.

Por fim, o quinto artigo desta edição, de autoria de Pedro Silva Barros, Sofía Escobar Samurio e Leandro Fontes Corrêa, analisa a trajetória e o legado do Conselho Sul-Americano de Economia e Finanças (CSEF) da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Apesar do desmantelamento do CSEF em 2017, os autores destacam o legado deixado pela instituição, tanto pelas propostas apresentadas quanto pela experiência de construir uma instituição voltada à integração econômica na região.

Acesse a edição número 39 do boletim

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