Desenvolvimento Regional

Lançado pelo Ipea, boletim alerta para os impactos causados pelas mudanças climáticas

Boletim Regional, Urbano e Ambiental apresenta 15 artigos e aborda a urgência no enfrentamento das emergências do clima; enchentes no Rio Grande do Sul são destaque na edição

Foto: Helio Montferre/Ipea

A nova edição do Boletim Regional, Urbano e Ambiental (Brua) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acaba de ser lançada. A publicação explora a urgência do planejamento ambiental e urbano diante das emergências climáticas e eventos ambientais extremos, como o ocorrido no primeiro semestre deste ano no Rio Grande do Sul.

O boletim, que está na 33ª edição, tem 15 artigos divididos em três seções: "Eventos Climáticos Extremos", "Mudanças Climáticas e seus Impactos Socioambientais" e "Investimento, Financiamento Público e Questões Setoriais e Urbanas". Os estudos exploram temas ligados à agricultura, planejamento urbano, saneamento, recursos hídricos, transição energética, entre outros temas.

A primeira parte do lançamento da publicação ocorreu durante um seminário na sede do Ipea, em Brasília, na última terça-feira (10). Além disso, uma ação também aconteceu nesta quinta-feira (12), no auditório da Escola de Negócios da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

A publicação

Durante o seminário de lançamento, Antenor Lopes, editor do Brua, resumiu os quatro primeiros artigos como um grande passo para sanar as dificuldades vividas no território gaúcho, com 2,4 milhões de pessoas atingidas, mais de 600 mil desalojadas e 187 óbitos. “Foi uma colaboração especial dos nossos pesquisadores do Departamento de Estatística da Seplan-RS, que se mobilizaram em um momento caótico para buscar saídas em um momento difícil”.

Durante o debate, foi destacada a necessidade de novos projetos voltados ao mapeamento de perímetros urbanos para criar soluções de redução de riscos sociais, com ênfase em ferramentas como as do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais/MCTI), que vai ao encontro da Lei 12.608/2012, que institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) e foi criada após episódio de inundação em Petrópolis/RJ.

“Devemos considerar a diversidade de questões regionais e problemas específicos de cada localidade de forma integrada. O debate territorial é essencial para pensar na geografia e em um sistema nacional que olhe para o enfrentamento dos desafios climáticos”, observou Aristides Monteiro Neto, diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea.

“A Organização das Nações Unidas (ONU) criou metas dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para reduzir mortes e perdas devido a calamidades climáticas, mas é necessária maior articulação no planejamento das políticas regionais”, comentou Cleandro Henrique Krause, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea.

Junior Ruiz Garcia, coordenador do Grupo de Estudos em Macroeconomia Ecológica (Gemaeco) lembrou o compromisso do Brasil em reduzir 40% das emissões de gases de efeito estufa até 2035 e a necessidade de o Estado reconhecer e facilitar um conjunto de iniciativas voltadas para a promoção de uma agricultura mais sustentável. "[É preciso] mensurar os diversos formatos de produção agrícola, desde a familiar até os maiores empreendimentos, além de repensar a cadeia do agro, principalmente na agroindústria, com ênfase em frear práticas de degradação".

Maria Bernadete Gutierrez, técnica de planejamento e pesquisa do Ipea, expôs a necessidade de implementar medidas voltadas para evitar a interrupção de energia elétrica em grandes centros, como no caso do "apagão" de 2001. Segundo a pesquisadora, em 2021 as fontes hidráulicas representavam 59% da geração elétrica, as térmicas, 20%, e as renováveis, 22% no Brasil.  “Nossa matriz energética ainda é dependente das hidrelétricas e precisa ser reformulada. Há um esforço para diversificar a produção energética, incorporando fontes eólicas, solares e térmicas, mas ainda há muito o que se fazer para ampliar o Marco Regulatório do setor,” explica.

Acesse a Edição nº 33 do Brua

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