Foto: Helio Montferre/Ipea
A Reforma do Estado e da Administração Pública foi o tema geral do XXIX Congresso Internacional promovido pelo Centro Latino-Americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD), realizado entre os dias 25 e 29 de novembro, em Brasília. Com a participação de mais de 700 pessoas, entre ministros, gestores públicos, pesquisadores e representantes da sociedade civil, o evento teve como lema “A transformação necessária para um Estado inclusivo, democrático e eficaz”.
Como uma referência nacional em estudos e pesquisas ligados à agenda pública, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) participou ativamente do encontro, contribuindo para o debate em painéis temáticos sobre governança, políticas públicas e desenvolvimento sustentável. A realização conta com a parceria do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).
A presidenta do Ipea, Luciana Mendes Santos Servo, integrou o painel principal “Estado e Democracia: tendências e projeções futuras”, discutindo como as desigualdades estruturais na América Latina impactam a confiança nas instituições. Servo destacou o papel do Estado na promoção de inclusão social e coesão. “Ainda somos a região mais desigual do mundo, e isso compromete a capacidade do Estado de entregar políticas públicas de qualidade. É fundamental que o Estado reconecte sua atuação com a sociedade, priorizando a redução de desigualdades”, ressaltou.
Pedro Silva Barros, coordenador do Projeto Integração Regional do Ipea, contribuiu no seminário “Sistema de compensação de pagamentos para América Latina e Caribe”, no qual apresentou o estudo “Conselho Sul-Americano de Economia e Finanças da Unasul: História e Legado". Em sua análise, Barros destacou a importância da cooperação financeira regional. “A integração econômica da América Latina só será possível se fortalecermos nossos bancos multilaterais e ampliarmos o comércio intrarregional. Precisamos de estruturas sólidas que promovam estabilidade e reduzam desigualdades entre os países da região”, afirmou.
Na oficina “O uso de estudos futuros no planejamento de longo prazo”, Maurício Fleury, assessor técnico da Coordenação-Geral de Planejamento e Articulação Institucional do Ipea, abordou o uso de cenários prospectivos para a formulação de políticas públicas. Fleury enfatizou a necessidade de um planejamento sistêmico e estratégico para antecipar desafios e oportunidades. “Estudos futuros não são sobre prever o futuro, mas sobre nos preparar para diferentes possibilidades, explorando as tendências e construindo respostas mais robustas para as demandas da sociedade”, explicou.
Encerrando a participação do Ipea, Pedro Palotti, pesquisador da Diretoria de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia, participou do painel “Sistemas Nacionais de Políticas Públicas no Brasil: origens, dinâmicas e desafios”. Ele apresentou uma análise sobre o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, destacando os desafios de implementação dessa política no país. “A baixa coordenação federativa e a descontinuidade institucional comprometem a efetividade dessa política pública essencial. Precisamos repensar as capacidades estatais para superar essas limitações e garantir direitos fundamentais”, afirmou.
O evento trouxe à tona discussões sobre inovação digital, políticas de igualdade, ética na administração pública e mudanças climáticas, reafirmando a importância do diálogo entre gestores, acadêmicos e especialistas. A participação do Ipea reforçou seu compromisso com o desenvolvimento de políticas públicas baseadas em evidências, promovendo soluções para os desafios do Estado contemporâneo na América Latina.
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