Foto: Ricardo Stuckert/PR
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) terá um papel importante na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada na segunda-feira (18) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de abertura da cúpula do G20. Além de fazer parte da contribuição do Brasil no pilar de conhecimento, o Ipea sediará a representação do mecanismo de apoio da Aliança dedicada a esse pilar, enquanto o escritório principal do mecanismo de apoio (secretariado) da Aliança ficará na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla do inglês Food and Agriculture Organization), em Roma.
A Aliança tem como objetivo acelerar o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados à erradicação da fome e da pobreza, e já conta com a adesão de 81 países, 26 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 31 fundações filantrópicas e organizações não governamentais.
“As desigualdades sociais, raciais e de gênero se aprofundam, na esteira de uma pandemia que ceifou mais de 15 milhões de vidas”, disse o presidente Lula durante seu discurso. “O símbolo máximo na nossa tragédia coletiva é a fome e a pobreza”. Lula lamentou que 733 milhões de pessoas passem fome, segundo os dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), e afirmou que o Brasil sairá novamente do Mapa da Fome até 2026.
O Ipea poderá apoiar os membros da Aliança no compartilhamento de conhecimento para a implementação, melhoria ou ampliação de diversos instrumentos de políticas públicas, como proteção social, especialmente no apoio a crianças e suas famílias, programas de alimentação escolar, acesso a serviços básicos e transferências monetárias condicionadas (programas como o Bolsa Família).
“Nós vamos hospedar o Hub dedicado ao Pilar do Conhecimento, que é a troca de experiências entre os países. E o Ipea está bem posicionado para fazer isso”, destaca Fabio Veras Soares, diretor de Estudos Internacionais do Ipea. Não é só com o conhecimento sobre os programas brasileiros que a gente tem condições de cooperar. A gente acumulou bastante conhecimento sobre os programas desenvolvidos no mundo, trabalhando por meio de cooperação com o Unicef, com a OIT e com a própria FAO”, acrescenta.
O Centro Internacional de Políticas para o Desenvolvimento Inclusivo (IPCid), sediado no Ipea, desempenha um papel fundamental no compartilhamento de conhecimento sobre políticas públicas entre o Brasil e países parceiros. O centro, junto com a plataforma www.socialprotection.org, hospedada na Diretoria de Estudos Internacionais, e fruto de uma parceria com o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento Social das Nações Unidas, também terá participação ativa nas atividades da Aliança.
Atualmente, pesquisadores do Ipea contribuem para o desenvolvimento da wiki destinada ao trabalho colaborativo, permitindo a construção coletiva da cesta de instrumentos de políticas que serão apoiados pela Aliança, conforme a demanda dos governos nacionais. O Ipea é responsável pela curadoria das submissões de instrumentos de política. Essa cesta oferece um menu de programas e instrumentos políticos, rigorosamente avaliados, que podem ser adaptados a contextos nacionais ou subnacionais específicos. O objetivo é assegurar que os investimentos sejam direcionados para iniciativas de alto impacto.
“É uma missão que a gente precisa ter”, diz Veras. “A questão é mobilizar os recursos, a vontade política e a capacidade técnica de desenvolver programas que sejam capazes de reduzir a pobreza e a fome”.
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