Desenvolvimento Social

Seminário marca 25 anos do Boletim de Políticas Sociais e reforça o papel das análises na construção de um Brasil mais justo

Publicação do Ipea busca compreender políticas públicas com profundidade e propor soluções para questões sociais no Brasil

João Antônio/CGCOM

Análise qualificada das políticas sociais no Brasil; documentação, memória e análise crítica do Estado brasileiro; promoção de discussões transversais, estruturantes e inovadoras sobre questões sociais; e produção de conhecimento sobre políticas públicas, legislação e seus resultados. Esses são alguns dos papéis do Boletim de Políticas Sociais (BPS) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), segundo depoimentos de quem participou da construção dessa publicação, que completa 25 anos neste ano e está com a 31ª edição em curso.

Para celebrar essa trajetória, foi realizado na última quinta-feira (24) um seminário que reuniu editores e colaboradores, atuais e antigos, para compartilhar a história da publicação. O evento também contou com palestras de pesquisadores e gestores de políticas públicas, destacando a centralidade e os desafios do monitoramento e avaliação das políticas sociais na contemporaneidade. Esta iniciativa integra as comemorações pelos 60 anos do Ipea.

A presidenta do Ipea, Luciana Mendes Santos Servo, e o diretor de Estudos e Políticas Sociais, Carlos Henrique Corseuil, realizaram a abertura do seminário. Luciana, que participou da primeira edição do boletim, destacou que a publicação faz parte do que o Ipea tem de essencial: “Pensar a política de forma estruturada e coordenada, fazer com que as pessoas entendam que existe necessidade de diálogo entre áreas e coordenações para ganhar na resposta aos problemas, manter a memória institucional e do Estado brasileiro, informar as políticas e outros atores da sociedade”.

José Celso Cardoso, secretário de Gestão de Pessoas do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), e Helmut Schwarzer, chefe da Unidade de Finanças Públicas, Serviços Atuariais e Estatísticos do Departamento Social da Organização Internacional do Trabalho, foram alguns dos participantes que compartilharam suas experiências à frente do Boletim.

Cardoso ressaltou que o BPS consolida um conhecimento não documentado em manuais, convergindo uma diversidade de informações para um documento institucional que aborda tanto os resultados quanto a própria política pública. Helmut destacou que o conhecimento gerado pelo boletim enriquece a própria pesquisa: “É um ciclo virtuoso, os projetos de pesquisa saem fortalecidos, com melhores articulações”, disse.

As discussões sobre monitoramento e avaliação de políticas sociais incluíram uma palestra de Wesley Matheus de Oliveira, secretário adjunto de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos no Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO). Ele apresentou um histórico das atividades de monitoramento e avaliação no Brasil e no mundo, apontando os principais desafios. “A gente tem uma janela de oportunidade para dialogar, de pensar um sistema integrado, algo que transforme a avaliação numa prática cotidiana, corriqueira, em algo que faz parte da cultura da administração pública brasileira”, disse.

Fabrice Larat, professor e pesquisador do Institut National du Service Public (INSP) e editor-chefe da Revue Française d'Administration Publique (Revista Francesa de Administração Pública), também foi um dos expositores. Ele destacou algumas vantagens que revistas que aproximam a alta administração e a pesquisa podem oferecer para a produção de conhecimento útil à ação pública, como a definição de agenda, o cruzamento de perspectivas com abertura a novas abordagens e a contribuição para o debate público. O evento contou, ainda, com palestras da professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Celia Lessa, e da Universidade de Brasília (UnB), Suylan Midlej.

 

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