Seminário destaca a trajetória de especialistas e técnicos que moldaram o debate público sobre políticas econômicas
Evento contou com a participação de ex-coordenadores e celebrou também os 37 anos de criação do grupo
Publicado em 30/09/2024 - Última modificação em 03/10/2024 às 12h25
Para celebrar os 60 anos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) promoveu, na última segunda-feira (30/09), o seminário “O Papel do Grupo de Conjuntura da Dimac nos 60 anos do Ipea”. O evento destacou a trajetória dos especialistas e técnicos que, ao longo dessas seis décadas, contribuíram para qualificar o debate público sobre políticas econômicas no Brasil. As apresentações abordaram as principais análises e contribuições do grupo para a formulação de políticas públicas que atendam às demandas da sociedade brasileira, especialmente diante dos desafios econômicos do país.
“O documento de conjuntura, a carta e o blog são resultado de um esforço gigantesco de vários profissionais e colegas, que realizam o trabalho com dedicação ímpar. O debate sobre conjuntura está na origem do Ipea, e não é por acaso que aparece na celebração dos 60 anos de sua fundação. Desde o início, o instituto promove uma reflexão e diálogo, inclusive com os ministérios, sobre o que estava acontecendo na economia brasileira e os rumos que a política macroeconômica tomava em cada momento”, enfatizou Claudio Roberto Amitrano, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas, na mesa de abertura do evento
O envolvimento do Ipea com a análise da conjuntura econômica data do final da década de 1970, quando técnicos do instituto ficaram responsáveis por organizar reuniões regulares para debater o desempenho de curto prazo da economia. Amitrano ressaltou a importância da contribuição dos 16 coordenadores da Carta de Conjuntura ao longo da história: “Comemorando 60 anos de legado, estou convencido de que continuaremos a contribuir significativamente para o Brasil, orgulhando o governo e a sociedade brasileira”, concluiu.
A diretora-adjunta de Estudos e Políticas Macroeconômicas, Mônica Mora, mediou o debate durante o evento e enfatizou a inter-relação entre a teoria econômica e a análise conjuntural: "A macroeconomia se depara com a realidade, onde a teoria nos ajuda a antecipar as oscilações cíclicas que caracterizam a economia, além dos movimentos de longo prazo, como se o presente, passado e futuro se entrelaçassem.” Para ela, os desafios percebidos na conjuntura dialogam com a Teoria Econômica, levando a avanços teóricos na discussão sobre o ciclo e o crescimento de longo prazo.
Fábio Gambiagi, pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, destacou o desafio de comunicar todo o material produzido pelo grupo, incluindo também os leigos no assunto, uma tarefa sempre difícil, mas fundamental. Já Paulo Levy abordou a necessidade de consenso após períodos turbulentos e enfatizou a importância de superar divergências para favorecer uma compreensão mútua: "Após esses anos tão turbulentos na vida do país, cada um de nós deveria tentar identificar o que era possível concordar minimamente. O acirramento das divergências muitas vezes leva a uma linguagem completamente envolvente, e isso é algo que, na medida do possível, deveríamos deixar para trás em benefício da melhor compreensão do ponto de vista do outro”, concluiu.
Exaltando o trabalho de toda a equipe por trás de cada publicação, Estêvão Kopschitz, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, destacou a agilidade necessária na produção de análises conjunturais: "A conjuntura é uma publicação que precisa ser lançada rapidamente, senão perde sua atualidade. Ao longo dos anos, o grupo de conjuntura manteve um ritmo trimestral, mesmo hoje sendo totalmente digital. Seguimos utilizando modelos de previsão, construindo indicadores e contribuindo com análises institucionais que informam as decisões da diretoria e da presidência, além de servir como referência para o governo e a sociedade”.
Júlia Braga, subsecretária de Acompanhamento Macroeconômico e Políticas Comerciais do Ministério da Fazenda, também elogiou a força de todo o Grupo que elabora a Carta de Conjuntura: “A Carta de Conjuntura do Ipea é uma fonte segura para embasar discussões econômicas, sempre trazendo uma visão equilibrada e livre de interesses específicos”. Para ela, a conjuntura é uma fonte confiável, isenta e preciosa, com excelência de conteúdo técnico reconhecida não apenas no Brasil, mas internacionalmente.
Entre os debatedores estavam Cláudio Hamilton Matos dos Santos, atual coordenador de Acompanhamento e Estudos da Conjuntura do Ipea. Também participaram os ex-coordenadores do Grupo de Conjuntura: Paulo Mansur Levy (participação online), técnico de planejamento e pesquisa aposentado do Ipea; e Miguel Bruno, professor e pesquisador da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Grupo de Conjuntura
Criado em 1987, o Grupo de Conjuntura acompanha indicadores macroeconômicos que refletem o comportamento da economia do país. Além disso, o grupo produz boletins e relatórios periódicos com análises e projeções sobre a economia brasileira, abrangendo itens como PIB, inflação, mercado de trabalho, finanças públicas, setor agropecuário, economia mundial e comércio exterior. Entre suas principais publicações está a "Visão Geral", uma análise trimestral da economia brasileira, publicada no dia 30 de setembro.
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