Agricultura, Pecuária e Pesca

Produção de soja no Brasil tem alta relevância na economia e geração de empregos

Estudo do Ipea desmistifica crenças comuns sobre o agronegócio brasileiro

Créditos: Jonas Oliveira

O estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela a importância da produção de soja para a economia brasileira. O texto para discussão, intitulado A cadeia produtiva de soja e o desenvolvimento econômico e regional no Brasil, mostra que a soja é fundamental para o desenvolvimento econômico do país, integrando uma cadeia produtiva complexa que vai desde a produção primária até a transformação industrial e a produção de carnes. O Brasil se destaca tanto na exportação quanto no consumo interno desse grão.

A publicação desmistifica a crença de que a produção de soja gera baixo valor agregado, evidenciando sua relevância em diversas cadeias produtivas que geram riqueza, empregos e desenvolvimento econômico. José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, técnico de planejamento e pesquisa e autor do estudo, explica que a soja é um insumo estratégico em várias cadeias produtivas, como na produção de farelo, farinhas, óleos vegetais, lecitina e biodiesel. A lecitina, por exemplo, é amplamente utilizada na indústria alimentícia como emulsificante, essencial na produção de pães, biscoitos e chocolates. Além disso, parte da soja consumida internamente é transformada em ração animal. “Se o país é capaz de produzir insumo estratégico a baixo custo, a competitividade da economia doméstica nestes setores se eleva”, aponta o pesquisador.

Outro ponto abordado é o impacto positivo da produção de soja no desenvolvimento local. O autor esclarece que a dinâmica produtiva do setor atrai população e trabalho especializado, além de incorporar ciência e tecnologia, o que impulsiona o desenvolvimento regional.

O estudo também refuta a ideia de que o aumento das exportações de soja compromete a segurança alimentar do país. Segundo o TD, o consumo per capita de produtos derivados da soja, como leite, lecitina, ração, carnes e óleos, aumentou ao longo do tempo, mesmo com o crescimento das exportações. O Brasil, maior exportador líquido de soja do mundo, contribui para a redução da fome, tanto no território nacional, quanto em regiões importadoras de alimentos. A análise das cadeias produtivas que utilizam a soja como insumo estratégico mostra uma melhoria contínua nos indicadores de produção e exportação.

“Debatemos três crenças comuns que estão presentes no contexto do agronegócio brasileiro. A primeira é acreditar que a soja gera baixo valor agregado. A segunda é associar a sua produção com reduzido desenvolvimento local. E a terceira, e última, reside na crença das pessoas em achar que o aumento das exportações prejudica a oferta interna de alimentos. O nosso estudo mostra o contrário: a produção de soja é um caso de sucesso em termos de gerar renda, desenvolvimento e segurança alimentar”, destaca o autor do estudo.

O estudo também relembra que, inicialmente, havia dúvidas sobre a viabilidade da produção no Cerrado. No entanto, a tropicalização dos cultivos e a correção da acidez do solo provaram ser eficazes. A produção de soja cresceu de 1,9 milhões de toneladas em 1970 para 154 milhões de toneladas em 2022. O estudo destaca ainda a parceria estratégica Nipo-Brasileira, que envolveu programas de cooperação técnica e financeira para fomentar a agricultura no Cerrado. Diferente de outras parcerias, essa colaboração incluiu transferência de recursos financeiros, mobilidade de pesquisadores e construção de infraestrutura de pesquisa, com objetivos comuns definidos.

Acesse o estudo na íntegra

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