Helio Montferre/Ipea
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), representado por sua presidenta, Luciana Mendes Santos Servo, participou do fórum Um Projeto de Brasil, na série Diálogos Capitais, dedicada ao debate de propostas para desenvolver o Brasil e superar desigualdades. O evento, na manhã de quarta-feira (14), em Brasília, teve como tema “Infraestrutura: Integração Nacional e Sul-americana” e foi promovido em comemoração aos 30 anos da revista Carta Capital, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Lula ressaltou que a integração com a América do Sul é imprescindível para inserção internacional do Brasil. “Não abrimos mão da coordenação do desenvolvimento como uma prerrogativa do Estado brasileiro, mas é importante que a agenda do desenvolvimento territorial, local e o plano regional seja fortemente debatido pela sociedade. Abrem-se, assim, maiores possibilidades para que a integração regional seja um fator de bem-estar e prosperidade efetiva para a nossa população, sobretudo em regiões tradicionalmente esquecidas e marginalizadas”, destacou.
Simone Tebet e Luciana Servo participaram da mesa de debates “A América do Sul e o Pacífico: as novas rotas comerciais”, ao lado de Morgan Doyle, representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, e Luiz Augusto de Castro Neves, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China. Os debates foram mediados pelo jornalista André Barrocal.
Tebet propôs ao Ipea o desafio de realizar mais pesquisas sobre a integração sul-americana: “Ouço dizer que as rotas de integração regional, a partir de 2026, poderão representar para o Brasil o que a reforma tributária está representando em nível de crescimento do produto interno bruto (PIB). Por baixo, de forma conservadora, algo em torno, a partir de 2026 e 2027, de um crescimento de 1% do PIB ao ano. Isso significa emprego, renda, diminuição da desigualdade, da miséria e da pobreza no Brasil”.
A presidenta Luciana Servo declarou que o Ipea aceita o desafio e incrementará as pesquisas desenvolvidas no Instituto: “Produzimos uma série de publicações e participamos ativamente do debate. Nos últimos anos, lançamos mais de 12 publicações sobre a integração regional e, recentemente, um livro fazendo avaliação e análise dessa integração da infraestrutura. Então, a produção do Ipea tende, sim, a colocar na discussão com o Ministério do Planejamento e com os outros ministérios informações e evidências para esse processo. O desafio está aceito, ministra, faremos a avaliação porque esse é outro papel central da nossa instituição. Entendemos que esse processo pode levar a uma nova configuração do desenvolvimento nacional e, com isso, novos processos de inclusão, sem, claro, esquecer da sustentabilidade”.
Os dados apresentados pela presidenta referentes à integração da América do Sul dão conta de que, em 2023, o Brasil exportou mais para o Vietnã que para a França, mais para Singapura que para a Alemanha. E só para a China exportou mais que para a Europa, Argentina, México e Chile juntos. “Esses dados mostram a importância de você pensar essa configuração de uma integração do Brasil com a América do Sul e o Pacífico”, finalizou.
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