Helio Montferre/Ipea
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) iniciou o curso de formação para os 80 novos técnicos de planejamento e pesquisa na manhã desta segunda-feira (12), na sede, em Brasília. Com duração de oito semanas, o curso será dividido entre quatro semanas na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), abordando a estrutura do Estado brasileiro e o Poder Executivo Federal, e quatro semanas no Ipea, focando na estrutura e processos da instituição.
Durante a cerimônia de abertura, a presidenta da Enap, Betânia Lemos, afirmou que o êxito na organização do curso, composto por 320 horas de formação intensiva, foi alcançado graças à união da expertise técnica do Ipea com a experiência da Enap na capacitação de servidores públicos. Ela assegurou que a administração pública vive um momento histórico de transformação. Segundo Betânia, a chegada dos novos servidores ocorre em um período crucial de mudanças no governo, onde há uma crescente conscientização sobre a necessidade de entregar políticas públicas inclusivas. “O papel do Estado está sendo reconstruído com foco na população, colocando o cidadão no centro das políticas”, disse. Ela encorajou os novos servidores a valorizarem o papel de subsidiar o governo com elementos científicos, visando políticas públicas mais precisas e alinhadas aos objetivos da população.
Luciana Servo, presidenta do Ipea, defendeu o trabalho coletivo, multidisciplinar, e o diálogo constante com o Estado e a sociedade brasileira para manter a relevância e eficácia da instituição. Ela ressaltou aos novos servidores a missão do Ipea de colaborar com o Executivo Federal e de qualificar os debates com uma visão global. Luciana enfatizou que a estratégia do instituto se baseia em três eixos fundamentais: inclusão, sustentabilidade e democracia. “É impossível pensar em desenvolvimento sem considerar esses pilares”, declarou.
Com 26 anos de experiência no Ipea, Luciana reiterou a importância da diversidade de conhecimentos e a comunicação institucional acessível. A presidenta alertou sobre os desafios da superespecialização e a urgência de comunicar o conhecimento científico de forma compreensível para a sociedade, combatendo a desinformação e fortalecendo a democracia. “O Ipea deve ajudar o Estado a dialogar com a sociedade de forma clara e consistente, sem perder a qualidade e a densidade do trabalho”, disse.
A presidenta mencionou a participação do Ipea em grupos de trabalho e comissões nacionais com participação social. “O governo não é o único detentor do conhecimento sobre políticas públicas. Por isso, é essencial o diálogo com diversas estruturas sociais para entender a realidade na ponta”, argumentou.
Luciana lembrou que o Brasil ainda enfrenta dificuldades para criar políticas públicas efetivas que incluam a maioria da população, especialmente crianças e jovens negros. Apontou que as questões de gênero e raça ainda são tratadas como recortes, e não como estruturas analíticas dentro das diretorias do Ipea. “É preciso integrar essas questões nas análises de políticas públicas para promover um desenvolvimento inclusivo e sustentável”, disse. Por fim, indicou a necessidade de acompanhar as agendas globais para a efetividade das políticas públicas no Brasil, uma vez que, sem compreender o contexto global, as discussões nacionais podem se tornar limitadas.
Em seguida, Iara Cristina da Silva Alves, diretora de Educação Executiva da Enap, e Salvador Werneck, coordenador do Curso de Formação de Novos Servidores do Ipea e técnico de planejamento e pesquisa, apresentaram o cronograma e as temáticas do curso.
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