Helio Montferre/Ipea
As contas do governo central tiveram um déficit primário de R$ 8,5 bilhões em julho, de acordo com uma estimativa preliminar do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em dados da execução orçamentária registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal. No acumulado do ano, o resultado primário apresenta um déficit de R$ 76,6 bilhões, a preços constantes de julho, ante o déficit de R$ 81,5 bilhões no mesmo período de 2023.
A receita líquida do governo central atingiu R$ 184,4 bilhões em julho, um crescimento em termos reais de 10,1% em relação a julho de 2023. Por sua vez, a despesa totalizou R$ 192,9 bilhões, uma queda de 5,9% em relação ao mesmo mês do ano passado.
A receita total teve um aumento real de 10% em julho, em comparação com o montante arrecadado no mesmo mês de 2023. Isso se deu em função do bom desempenho da arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal do Brasil (RFB), com expansão de 14,6%.
As receitas não administradas pela RFB tiveram um aumento real de arrecadação de 2,4%, enquanto as receitas do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) cresceram 2,3%. Com isso, após as transferências legais e constitucionais, a receita líquida registrou alta de R$ 16,9 bilhões (10,1%) a preços constantes.
No acumulado de janeiro a julho, a receita líquida de transferências apresentou uma variação real positiva de 8,7%, somando um crescimento de R$ 100,4 bilhões a preços constantes. Essa variação foi fortemente impactada pelo bom desempenho da arrecadação das receitas administradas pela RFB, que tiveram um acréscimo de R$ 104,1 bilhões (11,6%) no período.
A redução de R$ 12,2 bilhões (-5,9%) na despesa total, em relação a julho de 2023, pode ser explicada principalmente por dois motivos. O primeiro é o decréscimo real de R$ 21,2 bilhões (-22,4%) nas despesas com benefícios previdenciários, em função do calendário de pagamentos do 13º salário em 2024. O outro motivo é o pagamento de despesas do Poder Executivo sujeitas a programação financeira, que registraram um aumento de R$ 9,6 bilhões (22,4%).
Nos dados acumulados no ano até julho, a despesa teve um crescimento real de R$ 95,5 bilhões (7,8%), em relação ao mesmo período de 2023. Os destaques ficaram por conta do pagamento de despesas do item “Outras Despesas Obrigatórias” – benefícios de prestação continuada (LOAS/RMV), sentenças judiciais e precatórios e créditos extraordinários – e do pagamento de despesas discricionárias do Poder Executivo, que apresentaram um crescimento real de 59 bilhões (37,5%).
Acesse a íntegra do estudo
Comunicação – Ipea
(21) 3515-8704 / (21) 3515-8578
(61) 2026-5501
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.