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O combate às desigualdades e as metas para o fim da fome foram temas do evento paralelo desta terça-feira (23/7), parte da agenda da Reunião Ministerial de Desenvolvimento, do G20. Com foco na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, mas também lembrando sua conexão com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), representantes de organizações como Banco Interamericano de Desenvolvimento, Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Brasil (Consea) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), discutiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1 e 2, respectivamente, a Erradicação da Pobreza e a Fome Zero e Agricultura Sustentável.

“Ainda temos milhares, para não dizer milhões, de pessoas no planeta morrendo porque não têm acesso à água potável ou mesmo água para tomar banho. Estamos falando basicamente de mulheres, especialmente de crianças, que muitas vezes brincam e pisam no esgoto todos os dias. Enquanto nós estamos em pleno século XXI, falando da era digital, da internet, do celular, da inteligência artificial, nós temos lamentavelmente milhares de pessoas morrendo de fome e milhões todos os anos”, declarou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que abriu o debate.

A reunião do Grupo Ministerial de Desenvolvimento (Development Working Group) faz parte da trilha dos Sherpas do G20 Brasil e aconteceu nos dias 22 e 23 de julho na sede do Galpão da Cidadania, no Rio de Janeiro. No encontro, a presidenta do Ipea, Luciana Mendes Santos Servo, destacou os desafios para a igualdade étnico-racial e as disparidades brasileiras, considerando também os obstáculos de gênero.

“A pobreza extrema do Brasil é praticamente o dobro para a população negra em relação à população branca. Quase todos os indicadores que vemos nos ODS 1 e 2 são muito maiores e piores para a população negra em relação à população branca. Então, nós estamos falando em extrema pobreza, em desigualdades no território, étnico-raciais e de gênero. Além disso, temos um compromisso feito em relação a trazer essa questão para discussão do nosso planejamento. Não foi à toa que, no Fórum de Alto Nível da ONU na semana passada, a nossa Secretária de Planejamento do Ministério do Planejamento e Orçamento entregou um belo documento onde o Plano Plurianual é casado com todos os investimentos e programas mostrando também as possibilidades de entrega do governo brasileiro em relação à fome e à pobreza”, ressaltou a presidenta do Ipea.

Wellington Dias, Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, saudou o sociólogo e ativista dos direitos humanos Herbert José de Sousa, o Betinho, ao salientar o local estratégico para o encontro que trata das ODS 1 e 2. “Esses temas não foram escolhidos por acaso, mas sim como uma resposta ao preocupante cenário mundial agravado por múltiplas crises, incluindo a climática e ambiental, a econômica, além de diversos conflitos. Os 10% mais ricos do mundo detêm 76% da riqueza do planeta, enquanto os 50% mais pobres possuem apenas 2% de renda. Mais de 700 milhões estão passando fome em um planeta que produz amplamente a comida necessária para o sustento de todos. O combate à fome, à pobreza e à diminuição da desigualdade são parte da essência do nosso país”, encerrou.

Participaram também do evento paralelo, a presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Brasil (CONSEA), Elisabetta Recine, com o painel “Redução das desigualdades para a segurança alimentar e nutricional”; a vice-presidente de Setores e Conhecimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ana María Ibáñez com o painel “A desigualdade na América Latina e no Caribe: níveis, dimensões e um caminho a seguir”; além da presidente do Comitê de Segurança Alimentar (CFS) das Nações Unidas (ONU), Nosipho Nausca-Jean Jezile. 

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