Economia. Desenvolvimento Econômico

Ipea estima déficit primário de R$38,1 bilhões nas contas do governo central em junho

A receita líquida cresceu 6,2%, enquanto a despesa avançou 0,3%, na comparação com junho de 2023

Créditos: Roque de Sá/Agência Senado

As contas do governo central apresentaram um déficit primário de R$38,1 bilhões em junho, de acordo com uma estimativa preliminar do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em dados da execução orçamentária registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal. No acumulado do ano, o resultado primário apresentou um déficit de R$ 67,3 bilhões, a preços constantes de junho, ante o déficit de R$ 43,8 bilhões no mesmo período de 2023.

A receita líquida do governo central atingiu R$161 bilhões em junho, registrando um crescimento em termos reais de 6,2% em relação a junho de 2023. Por sua vez, a despesa totalizou R$ 199,2 bilhões, um acréscimo de 0,3% em relação ao mesmo mês de 2023.

A receita total teve um aumento real de 7,9% em junho, em comparação com o montante arrecadado no mesmo mês do ano passado. Isso se deu em função do bom desempenho da arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal do Brasil (RFB), com expansão de 10,3%.

As receitas não administradas pela RFB tiveram um aumento real de arrecadação de 4,8%, enquanto as receitas do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) exibiram um acréscimo de 3,5%. Com isso, após as transferências legais e constitucionais, a receita líquida apresentou alta de R$ 9,3 bilhões (6,2%) a preços constantes.

No acumulado de janeiro a junho, a receita líquida de transferências apresentou uma variação real positiva de 8,6%, somando um crescimento de R$ 83,6 bilhões a preços constantes. Essa variação foi fortemente impactada pelo bom desempenho da arrecadação das receitas administradas pela RFB, que apresentaram no período um acréscimo de R$ 86 bilhões (11,2%).

A elevação de R$ 0,5 bilhão (0,3%) na despesa total, em relação ao mesmo mês do ano anterior, pode ser explicada por dois motivos principais. O primeiro é a diminuição de despesas com benefícios previdenciários, em função do calendário de pagamentos do 13º salário em 2024, que tiveram um decréscimo real de R$ 7,2 bilhões (-7%). O outro fato é o pagamento de despesas do poder executivo sujeitas a programação financeira, que registraram um aumento de R$ 5,6 bilhões (12,8%).

Nos dados acumulados no ano até junho a despesa teve um crescimento real de R$ 107,1 bilhões (10,5%), em relação ao mesmo período de 2023. Os destaques ficaram por conta do calendário de pagamentos do 13º salário, somado aos pagamentos antecipados de sentenças judiciais e precatórios e de despesas discricionárias do Poder Executivo, os quais totalizaram um crescimento real de 73,2 bilhões (13,4%).

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