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Representantes do Institute for Development Studies (IDS) e do Ipea se reuniram, na quinta-feira (20/6), na embaixada brasileira em Londres, para o evento paralelo do T20 Brasil, intitulado “Combatendo a fome e a pobreza no Reino Unido e Globalmente: Contribuições para o G20 no contexto da presidência brasileira”. Metas para o fim da pobreza e erradicação da fome foram os principais temas do encontro.

A abertura do evento foi realizada pelo embaixador brasileiro junto ao Reino Unido, Antonio Patriota, que destacou as prioridades da presidência brasileira para o G20, entre elas, a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Na sequência, Peter Taylor, diretor interino do IDS e membro do Conselho Consultivo Internacional do T20, e Lidia Cabral, pesquisadora do IDS e coordenadora do subtópico “Promovendo Políticas Efetivas para lutar contra a pobreza e a fome e o papel da cooperação trilateral”.

Enquanto Peter Taylor falou a importância das recomendações dos Think Tanks para o G20, ao trazer evidências e propor alternativas de políticas para avançar os ODS, Lidia Cabral fez um breve apanhado dos policy briefs submetidos para o subtópico sob sua coordenação e destacou a importância da cooperação trilateral para o combate à fome e à pobreza e de uma maior abertura dos países do Norte a aprender com inovações do sul em um contexto onde a insegurança alimentar e a pobreza relativa cresceram nestes países.

Entre os paineis, o primeiro teve foco no debate da insegurança alimentar no Reino Unido e no mundo. Moderada por Nick Nisbett, pesquisador do IDS, co-fundador do Food Equity Centre e co-autor de um dos policy briefs da Força Tarefa 1, o painel contou com a presença de Hannah Brinsden, da Food Foundation; Suneeta Kadiyala, da London School of Hygiene and Tropical Medicine e Dee Woods, da Landworkers Alliance. Os debatedores destacaram a natureza global do desafio da insegurança alimentar e da necessidade de mais cooperação e aprendizado entre os países do sul e os países do norte para que medidas efetivas para a redução da segurança alimentar sejam adotadas, particularmente, por meio da aceleração dos sistemas alimentares mais sustentáveis.

O segundo painel foi moderado por Andrew Shepherd, Coordenador da Chronic Poverty Advisory Network e teve a participação de Keetie Roelen do Centre for the Study of Global Development (CSGD) da Open University, Niall Cooper da Church Action on Poverty e David Gordon do Bristol Poverty Institute the University of Bristol. O painel destacou que os instrumentos para a redução da pobreza existem e são conhecidos, de modo semelhante há recursos disponíveis, que por meio de uma taxação progressiva e que atinja aos super-ricos que escapam dos sistemas tributários, podem ser mobilizados para financiar programas de proteção social e de inclusão econômica, além da alimentação escolar que abrange tanto proteção social como segurança alimentar.

David Gordon destacou ainda o papel central que o Brasil tem tido no debate global sobre a pobreza desde o começo dos anos 2000. Em particular, ele citou o trabalho do International Poverty Centre-IPC (mais tarde renomeado como International Policy Centre for Inclusive Growth – IPC-IG) parceria do governo brasileiro, representado pelo Ipea, com o PNUD como um exemplo ilustrativo da importante contribuição do país em levar adiante a agenda da erradicação da pobreza e da fome. Com o fim da parceria em 2022, as atividades do antigo IPC-IG foram recentemente internalizadas pelo Ipea com um escopo temático maior e com o nome de International Policy Centre for Inclusive Development (www.ipcid.org).

Finalmente, na sessão de encerramento, Jen Haugen, representante do Reino Unido na Força Tarefa contra a Fome e a Pobreza do G20, o diretor de estudos internacionais do IPEA, Fábio Veras Soares, e Dan Crossley, do Food Equity Centre comentaram as principais sugestões feitas nos dois paineis e como elas poderiam ser levadas adiante pela Aliança Global contra a Fome e a Pobreza a ser lançada na reunião de cúpula dos líderes do G20 em novembro deste ano.

Dan Crossley enfatizou a necessidade de ação imediata para a acelerar os ODS 1 e 2 e a importância da Aliança fortalecer o aprendizado entre países nessas áreas. Jen destacou o trabalho realizado pelo Força Tarefa liderada e os avanços alcançados até agora, finalmente Fabio Véras Soares explicou como a Aliança se estrutura em três pilares: nacional, conhecimento e financeiro, e como os Think Tanks podem se engajar no pilar do conhecimento.

A audiência de convidados foi composta na sua maior parte gestores de políticas públicas do governo do reino unido e pessoas ligadas a think tanks e à academia daquele país. Entre os participantes que enriqueceram o debate com perguntas estavam Sabina Akire, diretora do Oxford Poverty and Human Development Initiative (OPHI) e Kathryn Nwajiaku-Dahou, diretora do programa de política e governança do Overseas Development Institute (ODI).

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