Helio Montferre/Ipea
Entre os dias 18 e 20 de junho, Brasília foi palco da Conferência Nacional de Mudanças Climáticas, um evento promovido pela Rede Clima com apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, entre outras instituições. O evento reuniu especialistas, acadêmicos e autoridades com o objetivo de discutir políticas públicas e os desafios econômicos associados às mudanças climáticas.
Um dos temas centrais da conferência foi a necessidade de uma transição para uma nova economia, baseada em princípios de baixo carbono e sustentabilidade. Nesse contexto, a mesa-redonda "Economia / Políticas Públicas" se destacou por abordar os desafios e as oportunidades que surgem com essa mudança de paradigma.
Luciana Servo, presidente do Ipea, enfatizou a importância de explorar de forma inteligente a rica biodiversidade brasileira: "Quando olhamos para as oportunidades que o Brasil tem, com essa biodiversidade, percebemos que elas podem ser aproveitadas na produção. Nessa discussão, é importante não se limitar a uma visão macroeconômica tradicional, que trata esses recursos apenas como insumos a serem explorados.”
Para a presidenta, o desafio vai além da visão convencional sobre mudanças climáticas: "Para quem está aqui, provavelmente para boa parte das pessoas que estão nos assistindo, isso não é novidade, mas para a economia, de uma forma geral, como foi dito aqui, isso é desconsiderado como central. E isso tem implicações que todos nós estamos vendo hoje."
Servo também ressaltou a complexidade das escolhas políticas e da governança necessárias para lidar com os desafios climáticos, incluindo a gestão sustentável de recursos e biodiversidades: "A gestão de recursos, biodiversidades, do solo, políticas que passam por situações de mitigação e adaptação, são desafios que exigem conhecimentos profundos em análise de impactos macroeconômicos e sociais."
A conferência também abordou a importância da comunicação pública para sensibilizar a sociedade sobre as questões climáticas e promover uma transição justa. Luciana Servo sublinhou a necessidade de investimentos em políticas sociais e desenvolvimento regional; "Tem que ter investimento em políticas sociais, desenvolvimento regional, tem que pensar os impactos na saúde, nos territórios e na economia de uma forma geral, e os desafios para os grupos vulneráveis.”

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