Ipea debate ações contra a desigualdade na Cúpula de Soluções Globais, em Berlim
As contribuições destacam a importância de uma abordagem integrada e colaborativa para superar os obstáculos globais e promover a prosperidade
Publicado em 08/05/2024 - Última modificação em 15/05/2024 às 10h44
Reprodução Global Solutions
A presidenta do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luciana Mendes Santos Servo, participou da Global Solutions Summit 2024, ou Cúpula de Soluções Globais, realizada nos dias 6 e 7 de maio em Berlim, na Alemanha. Com o tema "Superando a Crise: Mobilizando Mudanças para a Prosperidade Global", o evento abordou diversos tópicos cruciais, incluindo transformação digital, finanças, segurança energética, ação climática, multilateralismo e saúde global.
Durante os dois dias de evento, especialistas renomados de think tanks que fazem parte do T7 e T20, organizações de pesquisa, governança, negócios e sociedade civil se reuniram para discutir possíveis soluções para os principais problemas enfrentados pelos países que compõem o G20, G7 e outros fóruns de governança global. Este ano, o evento ocorreu durante a presidência do Brasil no G20 e contou com a presença do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.
Na cúpula em Berlim, a presidenta Luciana participou de discussões dinâmicas sobre passos e estratégias acionáveis que podem reduzir efetivamente a desigualdade social e impulsionar o desenvolvimento sustentável. No primeiro dia do evento, Luciana esteve presente na mesa de debate "Explorando caminhos para a transformação social-ecológica e econômica", onde abordou as interseções entre desigualdade, desenvolvimento sustentável e ação climática. E em outra mesa, "Fortalecendo a confiança entre os intervenientes globais da saúde: como pode o G20 contribuir?", discutiu o papel do G20 no combate à desigualdade no contexto da saúde global.
No segundo dia do fórum, a presidenta integrou a mesa de debate referente a "Desigualdade Social como Obstáculo para o Desenvolvimento Sustentável", onde ressaltou a ligação intrínseca entre desigualdade e mudanças climáticas. Ela destacou que as disparidades existentes tornam as comunidades mais suscetíveis a crises como as mudanças climáticas, dificultando sua capacidade de adaptação, enquanto as próprias mudanças climáticas afetam de forma mais acentuada as populações vulneráveis.
A presidenta Luciana ressaltou em sua fala a desigualdade na sociedade. "Quando discutimos o G20 no Brasil, a desigualdade é o ponto central das discussões. Assim, além das questões climáticas e da sustentabilidade, é fundamental destacar a desigualdade. Reconhecendo a estreita interconexão entre esses temas, lidar com apenas um deles não é suficiente. Temos visto um aumento contínuo da desigualdade no mundo, sem sinais de redução. Essa disparidade não se limita apenas aos salários, mas abrange a disparidade dentro de cada país e entre países, onde observamos uma crescente lacuna entre as populações. Portanto, para enfrentar os impactos das mudanças climáticas sobre a população, especialmente os mais pobres, mulheres, crianças e povos tradicionais, também devemos abordar a desigualdade simultaneamente", disse ela.
Luciana ainda enfatizou a questão da desigualdade no acesso a serviços essenciais, como educação, saúde e moradia no Brasil e em vários países. "Isso deve ser abordado pelo novo governo no sentido de colocar o sistema habitacional em funcionamento para as populações mais pobres e vulneráveis. Enfrentamos um desafio enorme em relação à qualidade da educação e ao acesso". Ela também ressaltou a importância e necessidade de uma reforma tributária no Brasil que promova a progressividade. Além disso, enfatizou a discussão no G20 sobre a taxação de grandes fortunas, visando inclusive financiar iniciativas de combate à fome, à pobreza e ao desenvolvimento inclusivo e sustentável.
Para finalizar, Luciana também reconheceu os desafios que o Brasil enfrenta para reduzir a desigualdade, mas se mostrou otimista quanto ao futuro. "Estamos enfrentando a reforma tributária, que aborda alguns de nossos problemas, mas não é suficiente para lidar com as desigualdades", destacou ela. "Há uma disposição para fazer isso acontecer, para realizar consultas e mostrar à população que isso está focado em benefícios. E isso é o que mais importa", disse a presidenta do Ipea.
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