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Ipea prevê avanço de 2,2% do PIB neste ano e estima crescimento de 2,5% para 2025

O bom desempenho da economia brasileira em 2023 foi impulsionado pelo setor agropecuário e pela indústria extrativa. Para 2024, espera-se que o minério de ferro, o petróleo e o gás natural mantenham ao menos uma estabilidade econômica

Helio Montferre/Ipea

 

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta terça-feira (02/04) a Visão Geral da Conjuntura, uma análise do desempenho da economia brasileira. Após o crescimento de 2,9% da economia em 2023, o Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea revisou a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, elevando para 2,2% em 2024 e 2,5% em 2025.

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No último trimestre do ano passado, o PIB cresceu 2,0% em relação ao mesmo período de 2022, encerrando o ano com um avanço de 2,9%. A projeção para o primeiro trimestre de 2024 é de um avanço na margem, com ajuste sazonal de 0,6%, e um aumento de 2,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O crescimento em 2023 ocorreu em um cenário de expansão do gasto fiscal, com um déficit primário de 2,3% do PIB, uma carga tributária em queda e um processo tardio de flexibilização monetária, iniciado em agosto, quando a taxa de juros estava em 13,75% ao ano. Desde então, a política monetária gradualmente foi flexibilizada, com sucessivos cortes de 0,5% e uma previsão de encerrar o ano em 9% ao ano e 2025 em 8,5% ao ano.

Os gastos do governo em 2024 serão pautados pelo ajuste fiscal para reduzir o déficit de 2,43% do PIB em 0%. No entanto, essas decisões estão sujeitas ao cenário econômico mundial, incluindo os preços das commodities, a evolução da inflação e do emprego nos países centrais, e suas implicações sobre as decisões de política monetária, que repercutem sobre a determinação da taxa de juros pela autoridade monetária e sobre a política fiscal, tanto na esfera da despesa quanto da receita.

Em relação à inflação, houve uma desaceleração em 2023. No acumulado de doze meses, o IPCA acumulou alta de 4,5% até fevereiro de 2024, o que representa uma redução de 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior, ficando dentro do intervalo de tolerância da meta de 3,0% estabelecida para o ano. Ao longo dos últimos meses, a desaceleração dos principais índices de preços ao consumidor revela que o processo de desinflação da economia brasileira vem se consolidando, mesmo diante de uma alta mais acentuada da inflação de alimentos.

Diante deste cenário favorável, que pouco se alterou no último trimestre, as projeções inflacionárias para 2024, feitas pelo Grupo de Conjuntura do Ipea, para o IPCA e INPC, foram mantidas em 4,0% e 3,8%, respectivamente, ainda que com algumas mudanças de composição.

O setor agropecuário e a indústria extrativa em 2023 impulsionaram a economia. Já em 2024, o minério de ferro e o petróleo e gás natural (principais destaques da indústria extrativa) tendem a pelo menos manter estabilidade para este ano. Já o setor agropecuário pode apresentar um desempenho menos exuberante do que o observado no ano anterior, com estimativas de queda na safra de soja e milho, já desacelerando no primeiro trimestre de 2024, com uma retração de 5% em termos interanuais, encerrando o ano com uma queda de 1,5%.

Acesse a Visão Geral da Carta de Conjuntura  

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