Cooperação Internacional. Relações Internacionais

Forças-tarefa do T20 Brasil discutem os desafios globais e o caminho para chegar a soluções

Conferência inicial marca o primeiro encontro coletivo de todas as seis forças-tarefa do T20 Brasil e definirá diretrizes para formulações de propostas que serão oferecidas ao G20

Helio Montferre/Ipea

O desafio em torno da revitalização do multilateralismo e da implementação de políticas públicas que levem ao desenvolvimento sustentável, combatam a mudança climática e diminuam desigualdades em diferentes realidades sociais, econômicas, políticas e culturais foi um dos temas de destaque entre os debates realizados no primeiro dia da Conferência Inicial do T20 Brasil, na segunda-feira (04/03). O evento, sempre em formato virtual, terá atividades programadas até quarta-feira (06/03). O grupo promoverá o diálogo e selecionará propostas que sirvam de alicerce para a formulação de políticas públicas e soluções que serão oferecidas ao Grupo dos Vinte (G20).

O G20 reúne 19 países, a União Europeia e, a partir deste ano, a União Africana, e discute anualmente iniciativas de cooperação nas áreas econômico-financeiras e do desenvolvimento. Ele é um dos principais fóruns de cooperação econômica internacional. A Conferência Inicial do T20 Brasil foi mediada pelo diretor de Estudos Internacionais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fabio Veras Soares, e teve a participação de dezenas de representantes de think tanks e centros de pesquisa nacionais e internacionais.

No primeiro dia da Conferência, coordenadores líderes das forças-tarefa 1 (Combater as desigualdades, a pobreza e a fome) e 6 (Reforçar o multilateralismo e a governação global) dialogaram com os coordenadores de cada subtópico do seu grupo. Os representantes dos subtópicos fizeram um panorama das propostas de policy briefs selecionadas e falaram a respeito de temas e critérios usados para classificar a abordagem desses trabalhos. Essas propostas dizem respeito a pesquisas acadêmicas que servirão de insumos para a formulação de políticas públicas e recomendações que serão oferecidas ao G20, durante a 3ª reunião dos sherpa, no começo de julho deste ano, como forma de avançar nas prioridades destacadas pela presidência brasileira do G20.

A Conferência Inicial colocou os coordenadores líderes e coordenadores das forças-tarefa nesse ambiente compartilhado para dialogar a respeito das primeiras impressões e dos passos a seguir. Nesse sentido, foram alvo de análise processos de avaliação das propostas, carga de trabalho e discussão de procedimentos e recomendações. No contexto dessa discussão, houve destaque para os muitos desafios que envolvem não apenas a adoção de uma política pública, mas as formas de replicação delas em diferentes contextos culturais, sociais, políticos, econômicos e administrativos.

O próprio processo de formulação a partir dos trabalhos acadêmicos e daquilo que eles oferecem como embasamento para a construção de uma recomendação ao G20 foi alvo de atenção. Esse aspecto abrange as maneiras como o T20 pode contribuir, não apenas para agendas em andamento discutidas no G20, mas em alguns processos globais mais abrangentes. Aparecem então questões como quais agendas multilaterais adicionais deveriam as forças-tarefa do T20 prestarem atenção e o que deve ser levado em consideração no processo de fazer recomendações realmente concretas, práticas e exequíveis para os líderes do G20.

Abertura

Na abertura da Conferência Inicial do T20 Brasil, a presidenta do Ipea, Luciana Mendes Santos Servo, destacou a importância do trabalho coletivo, que é a essência do T20, não somente no contexto brasileiro, mas mundial. O T20 Brasil conta com o apoio e colaboração de mais de 100 instituições nacionais e internacionais. "É importante ter em mente que não podemos pensar o desenvolvimento do Brasil de forma isolada. Enfrentar os desafios globais demanda cooperação internacional para identificar soluções de consenso mútuo", disse a presidenta do Ipea. “Por essa razão, durante a presidência da Índia no G20, intensificamos nosso engajamento institucional nos processos do T20 aproveitando a participação de nossos pesquisadores, que remonta ao ano de 2014, na presidência australiana do G20. Foi por meio dessa atuação que decidimos juntar forças com nossos parceiros, a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), para organizar o T20 Brasil”, completou.

A diretora-presidente do Cebri, Julia Dias Leite, apontou que o T20 Brasil oferece uma oportunidade valiosa de engajamento entre diferentes think tanks nacionais e internacionais. “Acreditamos que o T20 resultará num impacto significativo nos processos políticos do G20, contribuindo para influenciar outros think tanks globalmente”, afirmou. A dirigente estimulou o aprofundamento das discussões promovidas na conferência no sentido de melhorar modelos econômicos e diminuir os impactos sobre o clima, promovendo a diversidade e preservando as vidas das pessoas.

A presidente da Funag, Marcia Loureiro, declarou que encontros multilaterais recentes têm demonstrado que, apesar dos desafios geopolíticos atuais, há cada vez mais convergência em torno da necessidade de combater desigualdades e a fome e no sentido de promover o desenvolvimento sustentável e reformular as instituições de governança global. “Não há dúvidas de que o T20 está numa posição especial para oferecer propostas concretas e ideias inovadoras. Vimos o crescimento e amadurecimento do T20 na última presidência (Índia) e estou certa de que nossa conferência mostrará a energia positiva que pode ser gerada por uma rede de pesquisa e colaboração como esta”, afirmou.

 

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