As Reduções Certificadas de Emissões (RCEs), conhecidas como créditos de carbono, são emitidos quando um país atinge uma meta específica de redução de emissão de gases do efeito estufa. O Brasil ocupa o quarto lugar entre os maiores geradores de créditos de carbono. “A vantagem que o MDL oferece para um país que hospeda um projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), além de reduzir o custo para agentes que têm a obrigação de diminuir suas emissões, é de diversos benefícios, incluindo o investimento estrangeiro eventual, a entrada de recursos da própria geração dos créditos e a capacitação para trabalhar com tecnologias de baixa emissão”, disse Gustavo Luedemann, técnico de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea.
Entre 2000 e 2020, o montante anual de recursos orçamentários destinados à agenda do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo representou, em média, 0,02% do orçamento total do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, totalizando US$ 7.311.255,95 (aproximadamente R$ 36.135.882,53 na cotação atual do dólar). “Os números são pequenos, não porque o Brasil investe pouco na política de mudança climática, mas sim porque custou pouco regular este mercado dentro do Protocolo de Kyoto”, afirma Luedemann.
A mobilização de capital internacional a partir da venda de créditos de carbono no Brasil foi de aproximadamente US$ 600 milhões, enquanto o gasto privado total desses projetos, em 22 anos, foi de US$ 26,1 bilhões. Os autores concluem que o investimento público foi pequeno comparado ao que o MDL alavancou de recursos privados para projetos de baixa emissão.
O estudo analisou os gastos federais brasileiros, entre ações orçamentárias específicas e despesas de pessoal (servidores de carreira e consultores) do Ministério da Ciência e Tecnologia designados à agenda no período de 2000 a 2020, com consulta à base de dados do MDL e documentos oficiais do governo, assim como a mobilização de capital internacional.
“Quando se chega à conclusão de que os gastos privados foram maiores do que o retorno dos certificados, uma vez que os projetos foram aprovados e as RCEa foram comercializados, houve um ‘apadrinhamento’ das iniciativas ambientais, em que o poder público abria caminho para que o setor privado seguisse”, diz Flávia Witkowski Frangetto, pesquisadora bolsista na Dirur e da organização Rede Clima.
O trabalho é assinado pelo técnico de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais, Gustavo Luedemann; Heloisa Tozato, Luísa Fancelli Coelho e Heloisa Tozato, ambas pesquisadoras bolsistas da Dirur e da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima).
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