Economia. Desenvolvimento Econômico

Taxa de desocupação avança de 7,7% em setembro para 8,0% em outubro

O avanço da desocupação, em outubro, resulta de uma expansão da força de trabalho em ritmo superior ao registrado pela ocupação

Helio Montferre/Ipea

O mercado de trabalho brasileiro continua apresentando bons resultados, mesmo diante de uma leve alta na taxa de desocupação. A análise divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta segunda-feira (18) mostra que o aumento da desocupação em outubro, em termos dessazonalizados, ocorreu devido a um crescimento mais robusto da força de trabalho em relação ao observado na ocupação. Assim, mesmo com um aumento de 0,1% na ocupação em outubro em comparação a setembro, o crescimento de 0,6% na força de trabalho resultou no avanço da taxa de desocupação de 7,7% para 8,0%.

Entretanto, observar-se que a taxa de desocupação de 8,0% em outubro é 0,5 ponto percentual menor do que a registrada no final de 2022. No mesmo mês, após a dessazonalização, a força de trabalho atingiu 108,3 milhões, registrando um avanço de 1,1% no ano. Quanto à ocupação, os dados indicam, em outubro, um total de 99,4 milhões de trabalhadores, representando um crescimento de 1,5% nos dez primeiros meses do ano.

Os dados foram calculados pelo Instituto a partir da série trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo diante de um ritmo mais moderado, a criação de empregos com carteira assinada tem apresentado bom desempenho, contribuindo para o aumento da formalização do mercado de trabalho brasileiro. De janeiro de 2022 a outubro de 2023, o nível médio de formalização do mercado de trabalho chegou a 57,7%, ultrapassando o período pré-pandemia, onde a taxa média era de 57,1%.

Ao desagregar a taxa de formalidade por idade, observa-se que, nos últimos dois anos, todos as faixas etárias apresentaram melhora nos níveis de formalização, com crescimento mais significativo ocorrendo no grupo dos trabalhadores mais jovens (18 a 24 anos), cuja taxa avançou de 54,4% para 58,1%. Em relação à escolaridade, entre o terceiro trimestre de 2021 e o terceiro trimestre de 2023, com exceção do grupo de trabalhadores com nível superior, todos os demais demonstram uma elevação nos níveis de formalização. Destaque para os ocupados com ensino fundamental incompleto, cuja taxa saltou de 33,5% para 36,0%. Nota-se, contudo, que mesmo diante de uma desaceleração, a taxa de formalidade entre os trabalhadores com nível superior (78,5%) permanece bem acima da registrada nos outros segmentos educacionais.

Nos últimos doze meses, encerrados em outubro, a economia do país gerou expressivas 1,46 milhão de novas vagas com registro, conforme divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Os números ajustados pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) revelam uma expansão interanual de 3,4% no estoque de trabalhadores formais, evidenciando a vitalidade desse setor em outubro.

Em termos absolutos, alguns setores se destacaram na criação de empregos formais durante esse período. O comércio liderou com 282,1 mil novos postos, seguido por serviços administrativos (258,2 mil), construção civil (156,4 mil) e alojamento e alimentação (127,4 mil). Esses dados sinalizam uma dinâmica positiva no mercado de trabalho, destacando a resiliência e recuperação da economia em diversos setores. 

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