Uma revolução na relação trabalhista e na qualificação profissional é tema de seminário no Ipea

Proposta quer transformar o seguro-desemprego em oportunidade de crescimento profissional

Proposta para uma nova modalidade de concessão do seguro desemprego no Brasil foi o assunto do Seminário das Quintas desta quinta-feira (07/12). O encontro contou com a presença de especialistas que discutiram o estudo sobre a inovações no cenário trabalhista do país. O evento pode ser assistido na integra no canal de youtube do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Mário Magalhães, especialista em políticas públicas e gestão governamental, apresentou o trabalho que propõe uma nova modalidade de concessão do seguro-desemprego, trazendo benefícios para trabalhadores, empresas e o governo. Magalhães acredita que o momento político é oportuno para o debate, devido ao "novo perfil da gestão do Ministério do Trabalho". O especialista explicou que essa é uma ideia antiga que vem desenvolvendo ao longo do tempo.

O mediador do evento, José Aparecido Ribeiro, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, promoveu a interação entre os participantes. O debatedor convidado foi Miguel Foguel, técnico de planejamento e pesquisa, que elogiou bastante os avanços apresentados pela proposta.

A proposta destaca uma modalidade revolucionária na concessão do seguro-desemprego, permitindo que os trabalhadores sejam reempregados sem perder o benefício, mediante a assinatura de um Contrato Prévio de Capacitação (CPC) com um novo empregador. O CPC terá duração mínima de um mês e máxima de cinco meses, correspondendo ao número de parcelas restantes do seguro-desemprego formal. A capacitação será feita a critério do empregador, seja por meio de cursos ou treinamento em serviço. O pagamento das parcelas do seguro-reemprego será feito junto com a remuneração do trabalhador, escalonando a divisão entre o governo e a empresa.

A regulamentação do seguro-reemprego estabelecerá critérios conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) de contratação, buscando garantir a qualificação necessária para as diferentes ocupações. A proposta visa incentivar a capacitação profissional, reduzindo custos para o governo e as empresas. Entre os atributos esperados está o aumento da capacitação profissional, redução de despesas com o seguro-desemprego, fomento ao investimento em qualificação e mudança na atitude dos empresários em relação ao fator humano em seus negócios.

Apesar dos benefícios apresentados, a implementação do seguro-reemprego enfrenta desafios, como a necessidade de as empresas se adaptarem a políticas de qualificação e a possível resistência de alguns trabalhadores. Pontos críticos incluem o equilíbrio entre estímulo ao reemprego e qualificação, a duração do período de fidelização do vínculo e o possível impacto nos serviços públicos de emprego.

As estimativas apontadas no estudo indicam um impacto positivo na qualificação profissional, com potencial aumento de investimento em cursos. A adesão ao seguro-reemprego poderia gerar uma conversão significativa de parcelas do seguro-desemprego, promovendo benefícios tanto para os trabalhadores quanto para as empresas. A proposta visa transformar o cenário trabalhista brasileiro, incentivando a qualificação e reduzindo despesas governamentais. É fundamental considerar cuidadosamente a implementação, ouvindo os principais interessados e ajustando a proposta conforme as necessidades do mercado.

O evento do Ipea proporcionou uma discussão rica e aberta sobre a proposta, inovadora em diversos aspectos, destacando a importância de repensar a relação entre trabalhadores, empresas e governo. O seguro-reemprego se apresenta como uma potencial solução para desafios do mercado de trabalho brasileiro, promovendo a capacitação e o crescimento profissional, ao mesmo tempo que qualifica a mão de obra do país.

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