Cooperação Internacional. Relações Internacionais

Rota que vai ligar Atlântico ao Pacífico desbrava o território e testa alternativa

Ipea está à frente de estudos do Corredor Bioceânico que vai unir Argentina, Brasil, Chile e Paraguai

Edemir Rodrigues

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) participou da X Reunião de Coordenadores Nacionais e Mesas Técnicas do Corredor Rodoviário Bioceânico (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile) e do IV Fórum dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico de Capricórnio, realizado nos dias 27 e 28 de novembro, na cidade de Iquique, no Chile. O técnico de planejamento e pesquisa, Pedro Silva Barros, da Diretoria de Estudos Internacionais, representou o Ipea nos eventos e na coordenação da Mesa "Produção e Comércio", do Grupo de Trabalho (GT) do Corredor Bioceânico, e apresentou um estudo durante o Fórum dos Territórios Subnacionais.

O GT do Corredor Rodoviário Bioceânico reúne periodicamente as delegações de Brasil, Argentina, Chile e Paraguai e se consolidou em um importante espaço para discutir a integração física sul-americana. Esse diálogo ganhou força, sobretudo no contexto de retomada dessa agenda de integração, desde a reunião de presidentes sul-americanos, em 30 de maio de 2023, em Brasília, e da realização do seminário "Uma nova agenda para a de infraestrutura para a integração regional", realizado pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Ipea no início de novembro.

Na ata aprovada pela mesa "Produção e Comércio", houve destaque para o compromisso das delegações em realizar novos trabalhos para identificar, no trajeto do corredor, as empresas com projetos de encadeamentos produtivos. Além disso, estão no radar dessa análise as flexibilidades de regras de origem dos acordos comerciais entre os países do corredor e os produtos que podem ser exportados pelas saídas para o Pacífico e o Atlântico. As delegações também se comprometeram a realizar reuniões virtuais a cada três meses para avaliar os avanços dos pontos acordados.

O Ipea tem participado ativamente das reuniões do GT do Corredor Rodoviário Bioceânico. O Instituto tem também publicado estudos sobre as possibilidades de melhoria da governança do corredor, a respeito da integração econômica entre o Brasil e os países que fazem parte do corredor e que abordam a projeção brasileira aos mercados do Pacífico. Em todas as publicações sobre o Corredor Rodoviário Bioceânico, o Ipea tem apontado a relevância da participação ativa de governos subnacionais para o êxito deste projeto de infraestrutura. Durante os eventos, os estudos do Instituto foram reconhecidos como importantes insumos para a formulação e avaliação de políticas públicas relacionadas aos corredores bioceânicos.

Por ocasião do IV Fórum dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico de Capricórnio, estiveram presentes representantes do Ministério de Planejamento e Orçamento (MPO), do governo do Mato Grosso do Sul e a comitiva sul-mato-grossense, integrada por representantes de governos locais, empresários e instituições de ensino e pesquisa do estado. O diretor de Assuntos Institucionais do MPO, Luciano Severo, acompanhou a comitiva brasileira que partiu de carro de Porto Murtinho (MS) até a cidade de Iquique.

Severo coordena os trabalhos do Subcomitê de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano do MPO, que conta com a participação do Ipea e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O trabalho, orientado pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, definiu cinco rotas de integração e desenvolvimento: Ilha das Guianas; Manta-Manaus; Quadrante Rondon; Capricórnio; e Porto Alegre-Coquimbo.

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, destacou o papel do governo federal, por meio do MPO, em coordenar os esforços para consolidar os corredores bioceânicos como rotas de desenvolvimento e logística, garantindo maior competitividade à economia sul-mato-grossense.

Confira abaixo as publicações produzidas pelo Ipea a respeito desse tema:

- Corredores Bioceânicos e Agronegócio: o caso do algodão brasileiro (Capítulo do livro "Agropecuária Brasileira: evolução, resiliência e oportunidades" do Ipea)

- Redes de atores e o seu papel no desenvolvimento de corredores: diagnóstico e proposta de governança para o corredor rodoviário bioceânico Mato Grosso do Sul - portos do norte do Chile (Texto de Discussão 2901/2023)

- Redes de actores y su rol en el desarrollo de corredores: diagnóstico y propuesta de gobernanza para el corredor bioceánico vial Mato Grosso do Sul – puertos del norte de Chile (Texto de Discusión 01/2023)

- Red Interoceánica en América del Sur: Corredores bioceánicos y el Rol de los Estados Articuladores (Boletín FAL-Cepal 392) (Boletín FAL-Cepal 392)

- A Dinâmica Recente do Algodão no Mato Grosso: Possibilidades de Exportação para o Peru e Ásia-Pacífico (Nota Técnica Dinte 48/2022)

- Integração Econômica Argentina-Brasil: reconstruindo pontes (Nota Técnica Dinte 44/2022)

- A Ponte do Abunã e a Integração da Amacro ao Pacífico (Nota Técnica Dinte 35/2021) 

- O Protagonismo do Mato Grosso do Sul para a Resiliência do Corredor Rodoviário Bioceânico – artigo na revista Monções

- Transformaciones Geoeconómicas en América del Sur: Amacro, Integración Regional y Asia Pacífico - documento de trabalho do Observatório Ásia-Pacífico da Aladi

- Livro Corredor Bioceânico de Mato Grosso do Sul ao Pacífico: Produção e Comércio na Rota da Integração Sul-Americana, publicado pelo Ipea e a Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (Uems)

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