Cooperação Internacional. Relações Internacionais

Brasil assume liderança do T20 e propõe foco no combate à desigualdade social e à fome

Ipea, Funag e Cebri, instituições à frente do Comitê Organizador do T20 Brasil, receberam a coordenação do grupo de engajamento do G20 durante evento na África do Sul

Foto / Reprodução

O Brasil recebeu oficialmente no sábado (25) a coordenação do Think20 (T20), grupo de engajamento do G20 que discute e propõe soluções e políticas públicas para o desenvolvimento mundial. Participaram da cerimônia, na Cidade do Cabo (África do Sul), a presidenta do Ipea, Luciana Mendes Santos Servo, a presidente da Fundação Alexandre de Gusmão, embaixadora Márcia Loureiro, e a ex-ministra do Meio Ambiente e representante do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Izabella Teixeira.

“O mundo é dinâmico e nossos desafios são complexos. O T20 sabe disso e opera como uma plataforma para dialogo e cooperação. Promove um contínuo intercâmbio de ideias, pesquisas e recomendações de políticas. Essa adaptabilidade do T20 ajuda a responder aos principais temas globais, fornecendo recomendações técnicas ao G20. Uma das principais características do T20 é seu compromisso inabalável com a inclusão. Inclusão não é apenas um recurso, mas um princípio norteador que molda a própria composição do G20”, afirmou Luciana.

As três brasileiras receberam da delegação indiana, que liderou o T20 em 2023, uma chave que simboliza a coordenação do grupo. A troika de instituições brasileiras forma o Comitê Organizador do T20 Brasil, que há meses trabalha na mobilização de think tanks e centros de pesquisa para apoiar o G20. A presidenta do Ipea falou sobre os eixos que serão estudados e discutidos sob a coordenação brasileira do T20, como regras e regulações do sistema financeiro, reformas multilaterais do sistema bancário para o desenvolvimento e comércio e investimento para um crescimento inclusivo e sustentável. Eles estão divididos em seis forças-tarefas que entregarão propostas de ações até o final de 2024.

“O mais importante para a presidência brasileira é o combate à desigualdade social e à fome. Estamos promovendo políticas para combatê-las, no âmbito da cooperação trilateral, incentivando segurança alimentar e nutricional para termos um sistema sustentável, expandido o acesso aos principais serviços de proteção social, promovendo cobertura universal de saúde, lutando contra a discriminação racial no trabalho e as desigualdades nos serviços de saúde”, explicou Luciana.

A presidente da Funag, Márcia Loureiro, ressaltou que o lema da presidência brasileira do G20 é “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”. Ela também lembrou uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Nova Délhi (Índia): “A presidência brasileira vai assegurar que os grupos de engajamento tenham a oportunidade de reportar suas conclusões e recomendações aos representantes do governo”.

Por sua vez, Izabella Teixeira, do Cebri, destacou uma característica em comum nas três instituições brasileiras que coordenam o T20: todas elas são, atualmente, comandadas por mulheres, fato que foi bastante aplaudido pela plateia de pesquisadores e autoridades estrangeiras. Teixeira convidou os participantes do evento a se engajarem nas discussões promovidas pelo T20 Brasil, com o objetivo de avançar nas pautas de interesse do Sul Global.

Antes de concretizarem a transferência da coordenação do T20 para o Brasil, os representantes da Índia fizeram um balanço de sua gestão à frente do grupo. Samir Saran, presidente do think tank indiano Observer Research Foundation (ORF) e chefe do Secretariado do T20, afirmou que foram produzidas 323 publicações por autores e editores de 75 países, integrantes de 710 instituições parceiras. Desses, 692 são homens e 508 mulheres.

A cerimônia de transferência da coordenação do T20 ocorreu durante a Cape Town Conversation, evento organizado pela ORF que reuniu, de sexta (24) a domingo (26), centenas de pesquisadores de nações emergentes, em especial do Hemisfério Sul, na Cidade do Cabo, África do Sul, para discutir os desafios ao desenvolvimento global. Os painéis abordaram temas específicos, como o Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Brics e o futuro dos mecanismos multilaterais, cooperação transfronteiriça e sustentabilidade ambiental.

Confira a programação e os detalhes da Cape Town Conversation no site da ORF

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