Livro narra trajetória tecnológica da Petrobras na exploração de petróleo no Brasil
Nova edição da obra do Ipea estende abrangência para fatos e desafios recentes da empresa e do setor
Publicado em 20/09/2023 - Última modificação em 21/09/2023 às 18h43
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) promoveu na tarde desta terça-feira (19), em Brasília, o evento de lançamento da segunda edição do livro “Petróleo em Águas Profundas: uma história da evolução tecnológica da Petrobras na exploração e produção no mar”. A nova edição expande o trabalho que havia sido realizado quando a primeira tiragem do livro foi lançada, em 2013, abordando a questão do petróleo nas dimensões histórica, política, tecnológica e de exploração e produção, com o uso de linguagem acessível ao leitor não especializado. O autor, José Mauro de Morais, é técnico de planejamento e pesquisa (aposentado) do Ipea e foi coordenador de estudos na área de petróleo e gás na Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset).
“A Petrobras criou um jeito brasileiro de extrair petróleo porque desenvolveu tecnologias próprias. Ela aprimorou os equipamentos que existiam no mundo e os desenvolveu para produzir petróleo no país. Suas novas tecnologias para extração passaram a ser usadas por outros países, de diferentes partes do mundo”, disse Morais. Segundo o autor, a segunda edição do livro atende à necessidade de agregar ao texto original mais 10 anos de fatos e desdobramentos. “Desde 2014 até agora, diversas mudanças ocorreram na Petrobras, principalmente o aumento grande na produção de petróleo no pré-sal. Além disso, os problemas financeiros que a empresa enfrentou em 2014 e 2015”, acrescentou o pesquisador.
Quatro novos capítulos foram acrescentados ao conteúdo da primeira edição, de 2013. O novo capítulo 8 trata da Política de Conteúdo Local para petróleo e gás. Além dele, surge o capítulo 10, que aborda a criação do Fundo Social. O capítulo 11 avalia a saída da Petrobras dos mercados de gás natural e de energias renováveis. O capítulo 12 trata da história recente da Petrobras, perpassando questões como os grandes planos de investimentos adotados no período que vai de 2000 a 2014 e das medidas adotadas para a recuperação financeira da companhia, de 2015 a 2022.
O evento reuniu, como debatedores, José Paulo Silveira – que foi consultor em gestão da inovação e engenheiro na Petrobras de 1966 a 1990 e secretário de Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, de 1991 a 1994 –, Décio Oddone, diretor-presidente da Enauta, empresa de controle privado do setor de exploração e produção de óleo e gás, e ex-engenheiro da Petrobras nas equipes de perfuração em águas profundas, e Renato Baumann, técnico de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos Internacionais do Ipea. O debate foi mediado pelo coordenador de Infraestrutura Econômica e Regulação do Ipea, Mauro Santos Silva.
Silveira assina um artigo na seção Artigos Especiais, na parte final do livro, que busca contribuir para melhor compreensão da história das explorações da Petrobras em águas profundas e ultraprofundas. Seu texto apresenta uma análise histórica dos fundamentos do Programa de Capacitação Tecnológica em Águas Profundas (Procap), adotado pela empresa em 1986. Ele falou sobre o desafio que foi para a Petrobras produzir petróleo no mar. “Foi possível e foi um esforço grande que está muito bem retratado neste livro. Com precisão, com clareza e com atenção aos detalhes. É uma descrição completa. Gostaria de ver, nas outras realizações brasileiras de inovação tecnológica, um trabalho desse porte. O que é muito bom é perceber que esse trabalho foi feito sob o teto de uma instituição de pesquisa”, declarou.
O livro traz um panorama completo da exploração de petróleo no Brasil, a partir da narração de fatos anteriores à criação da Petrobras. O texto percorre as disputas políticas que datam da década de 1920, quando houve intenso debate a respeito do formato de exploração do petróleo no Brasil, bem como sobre do papel que seria exercido pelos agentes que atuariam no setor, num cenário que envolveria a ação de empresários nacionais, do capital estrangeiro e do Estado. Esse contexto gestaria o movimento “O Petróleo é Nosso”, no final da década de 1940, e a fundação da Petrobras, em 1953.
A narrativa histórica se ocupa da trajetória tecnológica que permitiu à Petrobras viabilizar a produção de petróleo em águas profundas, ultraprofundas e no pré-sal. O livro avalia as ferramentas de gestão da tecnologia que foram usadas pela empresa nessa missão. Além disso, busca analisar as inovações da empresa, passando pelo desenvolvimento ferramental de equipamentos e sistemas submarinos que permitiram a exploração comercial de petróleo em alto-mar. Na publicação, Morais abrange também os novos regimes de exploração de petróleo adotados em 2010.
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