Economia. Desenvolvimento Econômico

Ipea prevê déficit primário de R$ 47,5 bi nas contas do governo central em maio

No acumulado do ano, a estimativa é de superávit primário de R$ 902 milhões

Helio Montferre/Ipea

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta quarta-feira (14/06), a estimativa de déficit primário de R$ 47,5 bilhões nas contas do governo federal no mês de maio. Enquanto a receita líquida do governo central atingiu R$ 142,2 bilhões no mesmo mês, com um acréscimo em termos reais de 12,1% em relação a maio do ano passado, a despesa totalizou R$ 189,8 bilhões, alta de 13,1% na mesma base de comparação. No acumulado do ano, até maio, o superávit primário ficou em R$ 902 milhões, ante superávit de R$ 44 bilhões no mesmo período do ano passado.

O levantamento foi realizado com base nos dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial. Os dados fornecem boa aproximação com os números oficiais relativos ao resultado primário a ser divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

Em relação a maio do ano passado, a receita total apresentou um acréscimo real de 3,5%, impactado pelo crescimento expressivo das receitas não administradas pela Receita Federal do Brasil (RFB), que tiveram acréscimo de 12,1% em termos reais, em maio deste ano. As receitas administradas pela RFB caíram 0,7% na mesma base de comparação, enquanto a arrecadação do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) cresceu 7,9% e as transferências legais e constitucionais a entes subnacionais tiveram decréscimo de 17,1%, em termos reais.

No que diz respeito às receitas administradas pela RFB, em maio houve um decréscimo real de R$ 772 milhões (-0,7%) frente ao mesmo mês do ano passado. O crescimento real na arrecadação do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), Imposto de Renda e Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) no valor de R$ 2,2 bilhões (3,6%) não foi suficiente para compensar os decréscimos reais nos demais itens, que retraíram R$ 3 bilhões (-6,7%). Já as receitas não administradas pela RFB apresentaram, em maio, um acréscimo real de R$ 3,7 bilhões (12,1%) em relação ao mesmo mês do ano passado, fortemente impactada pelo aumento da arrecadação de receitas com dividendos e participações, que apresentaram crescimento real de R$ 3,4 bilhões (25%).

Em maio, a despesa total cresceu 13,1%, em termos reais, relativamente ao mesmo mês do ano passado. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, a despesa total cresceu R$ 38,3 bilhões (5,1%) em relação ao mesmo período do ano passado, com destaque para a redução das despesas com a previdência, no valor de R$ 5,3 bilhões (-1,5%) – em função do calendário de pagamentos do 13º salário – e para o aumento de despesas sujeitas à programação financeira, no valor de R$ 41,9 bilhões (30,9%).

Acesse a íntegra do estudo

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