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Seminário mostra como aumentar a gestão de risco e de integridade na administração pública federal

Pesquisa realizada em 2020 pelo Ipea mostrou como a gestão pode ser aprimorada

Helio Montferre/Ipea

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) promoveu, nesta quarta-feira (31/05), em Brasília, o seminário “Estudos Empíricos sobre Gestão de Riscos na Administração Pública Federal”. O evento foi organizado pelo Mestrado Profissional em Políticas Públicas e Desenvolvimento do Ipea para debater sobre a gestão de risco e de integridade que auxiliam a instituição na tomada de decisões estratégicas.

Na abertura, a chefe da Unidade de Integridade e gerente de riscos (Integ), Anna Carolina Ribeiro, detalhou como a área busca melhorar o desempenho, a qualidade de vida e os processos no ambiente de trabalho. “Hoje temos certeza de que nossa atividade auxilia no processo decisório. A gestão de risco traz impactos que influenciam toda a instituição”. Ribeiro lembrou ainda a origem da gestão de risco no Ipea, instituída em 2016. “Depois que a primeira iniciativa foi aprimorada, o trabalho cresceu e foi implementada a gestão de integridade”, contou.

De acordo com a presidenta do Ipea, Luciana Servo, a Instituição tem pontos críticos, como a falta de pessoal em áreas estratégicas, a necessidade de fortalecer instrumentos de gestão e de integrar as diversas diretorias. “Essa realidade ficou clara a partir das avaliações realizadas. Mesmo sendo um tema pouco explorado como objeto de pesquisa, estamos em diálogo com o Ministério do Planejamento para analisar o avanço desse trabalho”. Servo enfatizou ainda sobre a importância de investir na área de análise de risco. “Os primeiros relatórios que recebi foram fundamentais para dar uma noção dos riscos iminentes. É preciso pensar para dentro, mas se organizar para dar respostas internas e externas”, disse.

Durante a palestra “Em Busca de Fatores que Levam a uma Implementação Efetiva da Gestão de Riscos em Órgãos Públicos: Estudo Exploratório a Partir da Abordagem Contingencial”, o servidor do Ipea Raimundo da Rocha apresentou o resultado do levantamento realizado em 2020, com a aplicação de 148 questionários para ocupantes de cargos de livre nomeação da administração pública federal direta e indireta. “O resultado revelou que a gestão pode ser aprimorada de acordo com a realidade de cada entidade onde é implementada, desde que reúna condições como elaboração de estratégia e objetivos claros”, pontuou Rocha.

A pesquisa elaborada tem o intuito de identificar quais fatores influenciam o nível de práticas de gestão de riscos nas organizações, a partir da operacionalização de conceitos da Teoria Contingencial. O questionário foi construído para coletar informações sobre o grau de implantação da gestão de risco e as características organizacionais básicas da entidade na qual atua o servidor. Foi perguntado aos gestores, por exemplo, se as decisões são muito centralizadas, em que medida a hierarquia é observada ou se há colaboração entre os colegas de trabalho. Foram analisadas a estrutura, a estratégia, o ambiente institucional e como esses fatores influenciam os níveis de gestão de risco.

A segunda palestra foi apresentada pelo pesquisador Almir de Oliveira Junior e pelo coordenador-geral de Auditoria de Estatais dos Setores Financeiro e de Desenvolvimento da Controladoria-Geral da União (CGU), Alexandre de Sales Lima. O tema exposto foi “Abordagem Contingencial dos Determinantes que Influenciam os Níveis de Práticas de Gestão de Riscos nos Órgãos e Entidades da Administração Pública Federal”. Na opinião de Oliveira Júnior, a gestão de risco é fundamental para a tomada de decisões institucionais, redução dos gastos públicos e na formulação de políticas públicas que favorecem a população. “A transparência é fortalecida quando se faz a gestão de risco”. Ele antecipou que outras três pesquisas devem ser divulgadas ainda neste ano, fechando um ciclo de estudo sobre o tema.

O evento contou também com a participação dos debatedores Alexandre Cunha, chefe de Gabinete do Ipea e Fernando Gaiger Silveira, diretor de Desenvolvimento Institucional do Ipea.

Acesse o vídeo do seminário

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