Cooperação Internacional. Relações Internacionais

Ipea apresenta modelo de governança do Corredor Bioceânico em Fórum na Argentina

Estudo em parceria com o Idear-UCN, do Chile, facilitará integração regional a partir do Mato Grosso do Sul

Edemir Rodrigues/GOV MS

Os principais resultados de um estudo sobre a governança do Corredor Rodoviário Bioceânico, que ligará o Mato Grosso do Sul aos portos do Norte do Chile, estão sendo apresentados no 3º Fórum de Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico de Capricórnio, em Salta, no noroeste da Argentina, que se encerra nesta sexta-feira (14). O pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Pedro Silva Barros, um dos autores do texto para discussão “Redes de actores y su rol en el desarrollo de corredores: diagnóstico y propuesta de gobernanza para el corredor bioceánico vial Mato Grosso do Sul – puertos del norte de Chile”, representa o Ipea no evento e vai coordenar uma mesa do Grupo de Trabalho do Corredor Bioceânico sobre “Produção e Comércio”.

“O Corredor Bioceânico é o projeto de integração que apresenta a institucionalidade mais avançada em termos de infraestrutura bioceânica sul-americana”, disse Barros, que divide a autoria do texto com Ledys Franco e Miguel Atienza, ambos do Instituto de Economia Aplicada Regional (Idear) da Universidade Católica do Norte (UCN), do Chile, e Julia de Souza Borba Gonçalves, também do Ipea. Para ele, o potencial de integrar áreas mediterrâneas crescentemente produtivas da América do Sul – em especial o Centro-Oeste brasileiro, o Chaco paraguaio e o noroeste argentino – com o norte do Chile e o Oceano Pacífico sul-americano é fundamental para a superação do antagonismo geográfico entre Atlântico e Pacífico na América do Sul.

O estudo em evidência no Fórum é fruto do convênio de cooperação firmado pelo Ipea e o Idear-UCN, em setembro de 2021. A publicação já está disponível no Repositório do Conhecimento do Ipea, de forma gratuita (link abaixo). A cooperação científica entre o Ipea e o Idear-UCN foi estabelecida com o propósito de coletar um conjunto de informações primárias que permitissem identificar e mapear a atuação e as conexões dos principais atores e organizações envolvidos na governança do Corredor Rodoviário Bioceânico.

O Ipea também coordena a mesa sobre “Produção e Comércio” do Grupo de Trabalho do Corredor Bioceânico. Nos últimos anos, o Instituto vem produzindo e apresentando estudos sobre as dinâmicas recentes dos estados articuladores – Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima –, com especial atenção ao Mato Grosso do Sul e à viabilidade de uma rede interoceânica na América do Sul, integrando de forma multimodal os portos dos oceanos Pacífico e Atlântico e as estradas, ferrovias e hidrovias do continente, destacou Barros. 

Mobilização e potencial

O evento reúne autoridades argentinas, brasileiras, chilenas e paraguaias de governos nacionais e subnacionais (municípios, estados, departamentos e províncias), responsáveis pelo tema da integração regional de infraestrutura sul-americana. Também participam empresários, associações representantes do setor privado e pesquisadores de universidades da região. “O Corredor Bioceânico é a prioridade número um de nosso governo. Estou seguro que ainda durante o meu mandato poderei ir de Campo Grande a Antofagasta, no Pacífico, de carro, por vias inteiramente pavimentadas, passando pela ponte entre Porto Murtinho e o Chaco paraguaio”, disse o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, presente ao Fórum.

“A volta dos países à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) abre a possibilidade de atualização do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan)”, destacou o vice-chanceler da Argentina, Pablo Anselmo Tetamantti. Por sua vez, o pesquisador do Ipea enfatizou que o dinamismo econômico dos estados articuladores, como o Mato Grosso do Sul, favorece a concretização dos corredores bioceânicos enquanto infraestruturas complementares entre si e deve incluir a integração logística e aduaneira. “Esses aspectos junto aos temas sociais, ambientais e de segurança fronteiriça devem estar presentes na revitalização da institucionalidade da governança de integração regional e estão propostos no texto para discussão”, concluiu Barros. 

Acesse a íntegra do estudo

Outras publicações sobre o tema:

Red Interoceánica en América del Sur: Corredores bioceánicos y el Rol de los Estados Articuladores (Boletín FAL-Cepal 392) (Boletín FAL-Cepal 392)

A Dinâmica Recente do Algodão no Mato Grosso: Possibilidades de Exportação para o Peru e Ásia-Pacífico​ (Nota Técnica Dinte 48/2022)

Integração Econômica Argentina-Brasil: reconstruindo pontes (Nota Técnica Dinte 44/2022)

A Ponte do Abunã e a Integração da Amacro ao Pacífico (Nota Técnica Dinte 35/2021)

O Protagonismo do Mato Grosso do Sul para a Resiliência do Corredor Rodoviário Bioceânico – artigo na revista Monções

Transformaciones Geoeconómicas en América del Sur: Amacro, Integración Regional y Asia Pacífico - documento de trabalho do Observatório Ásia-Pacífico da Aladi

Livro Corredor Bioceânico de Mato Grosso do Sul ao Pacífico: Produção e Comércio na Rota da Integração Sul-Americana, publicado pelo Ipea e a Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (Uems)

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