Emprego. Trabalho

Taxa de desemprego fica estável em 8,6% em fevereiro, de acordo com Ipea

De outubro a fevereiro, a taxa de desocupação passou de 8,3% para 8,6%

Helio Montferre/Ipea

O mercado de trabalho vem dando sinais de arrefecimento nos últimos meses, de acordo com uma análise divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira (11). Após recuar fortemente em outubro de 2022, chegando a 8,3%, a taxa de desocupação dessazonalizada acelerou lentamente, atingindo 8,6% em janeiro e mantendo-se assim em fevereiro de 2023.

Na comparação entre fevereiro de 2023 e de 2022, ela caiu 2,6 pontos percentuais. Os dados mensalizados foram calculados pelo Ipea a partir da série trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse movimento recente na taxa de desocupação decorreu de uma retração da população ocupada. Em fevereiro, mesmo diante de uma pequena recuperação, o contingente de aproximadamente 98 milhões de ocupados na economia brasileira era cerca de 2,1 milhões menor que o registrado em junho de 2022, momento em que atingiu o patamar máximo da série. Já em relação a fevereiro do ano passado, o número de trabalhadores ocupados cresceu 2,7%.

O arrefecimento da ocupação vem ocorrendo de forma mais intensa no setor informal. No trimestre móvel encerrado em fevereiro, enquanto a população ocupada formal se expandiu a uma taxa média interanual de 5,0%, a registrada entre os trabalhadores informais foi de apenas 0,4%. Os pesquisadores também ressaltam que o aumento recente da taxa de desemprego tem sido atenuado pelo recuo da taxa de participação, que caiu de 63,5% em junho de 2022 para 61,4% em fevereiro de 2023, refletindo o recuo da força de trabalho. Em fevereiro, o número de trabalhadores ocupados ou que estavam à procura de emprego era de aproximadamente 107 milhões, 2,7% menor que o observado em junho, quando atingiu o maior valor da série (110 milhões).

Os microdados trimestrais do IBGE – que possibilitam uma análise mais minuciosa do mercado de trabalho - mostraram que a queda da população ocupada do terceiro para o quarto trimestre de 2022 aconteceu por causa de um recuo maior dos fluxos de entrada na ocupação (de 44,9% para 43,2%) em relação ao fluxo de saída da ocupação (de 43,9% para 43,1%). Ou seja, a retração da população ocupada é explicada mais fortemente pela queda nas contratações do que pelo aumento das demissões.

Ainda de acordo com os microdados trimestrais,  a análise por setores revela que evolução positiva na população ocupada agregada entre os quartos trimestres de 2021 e 2022 é consequência da melhora do emprego em praticamente todos os segmentos, com exceção da agricultura, construção civil e serviços industriais de utilidade pública. Porém, se comparados às taxas interanuais do terceiro trimestre de 2022, os resultados para o quarto trimestre mostram redução em dez dos treze setores pesquisados, com destaques negativos para os serviços pessoais (de 24% para 9,8%), serviços domésticos (de 9,6% para 2,1%), administração pública (de 8,8% para 3,7%), serviços de alojamento e alimentação (de 8,5% para 3,5%) e comércio (de 7,8% para 4%).

Acesse a íntegra do estudo

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